domingo, 19 de fevereiro de 2012

A ilusão do mundo "escravo" moderno

Vamos recapitular algumas coisas:
- Os 1% mais ricos, decidem em seu fórum de Davos ou em organismos internacionais como o Banco Mundial, para onde, como e de que forma toda a riqueza concentrada e a ser explorada vai ser consumida.
- Os 99% restantes, ao achar que é assim mesmo, que a terra tem dono, que o negócio é trabalhar e consumir, aceitam tranquilamente e seguem a sua escravidão moderna.
Como consolo, possuem a ligeira impressão de que no voto, poderão de fato escolher seus representantes para gerenciar ao menos a maior riqueza – seu País.
Enganam-se ao achar que democracia é a liberal. Acabam apenas se abnegando do direito de decidir.
Todavia, esse sistema se mantém pelo medo. Medo do desemprego, medo de não ter dinheiro e medo de não saber decidir.
Na sociedade moderna, inventam esse tal desemprego pra mostrar que o emprego além de uma dádiva, é fundamental e sempre existiu.
Inventam esse tal dinheiro pra justificar trabalho. Assim, somos escravos modernos. Trabalhamos para receber o dinheiro que vai pagar nosso crédito. Trabalhamos não por ser realizados mas para consumir.
Ao inverter valores e reduzir os naturais aos sintéticos, transformamos o mundo num grande monstro consumível.  Desde os sentimentos, angústias e felicidade, até a água.
Entretanto o mais ousado é a mercantilização da humanidade. Mulher vira puta ou animal. Negro vira mão de obra-barata, o ser humano tem um preço.
A base do sistema se torna o consumo. A obrigatoriedade, o lucro.
Num momento de crise estrutural, tais princípios base do sistema, precisam ser relativizados.
Precisamos “desmaquinar” as relações, deixar de produzir em grande escala, humanizar as relações, propor um novo grande pacto para uma alternativa ao que está posto.
Para a própria sobrevivência das relações sociais, econômicas e produtivas, já que o capitalismo mostra seus limites em termos especulativos e produtivos.
É preciso que o ser humano decida se vai querer um constante crescimento ou a manutenção de um bem viver. Entendendo bem viver como algo estável, distributivo, inclusivo e democrático.
Dessa forma, proponho o fim do objetivo principal – acumular.
Ao entender a humanidade moderna como o fim da história, ou a consequência do desenvolvimento, achamos que não há outra saída, que o homem sempre foi assim e que esse é o único meio de se viver.
Esquecemos que no mundo moderno, nossas ações são realizadas de acordo com as construções mentais e definições ideológicas antinaturais.
Tudo para não trazer a tona o verdadeiro mito, o fetichismo do trabalho necessário, do consumo como meio e da democracia liberal como único jeito. O mito dos bilhões de escravos que seguem pasteurizados e “ocupados” com todas as “invenções” lixo do mundo moderno.
Assim como o mundo de hoje, fora construído a cerca de 300 anos atrás nas revoluções políticas, industriais e econômicas, podemos neste século, apontar o mundo que queremos para nossas próximas gerações.
Um mundo com estabilidade produtiva, com durabilidade tecnológica e com distribuição das grandes acumulações privadas.
Infelizmente não conseguimos avançar para além do paradigma da propriedade absoluta e do Estado centralizador. Continuar sem desconstruir esse mito é fadar nossa humanidade ao fracasso.
 Pedro Teixeira

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