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sexta-feira, 13 de julho de 2012

O PT e as eleições municipais*



*Pedro Teixeira


O Partido dos Trabalhadores floresceu sob a égide de se tornar uma alternativa política as elites e governantes que desprezando a vontade popular, se mantinham no poder apenas pelo status quo.

Mais de 30 anos se passaram desde sua fundação e tal paradigma se mantém vivo como nunca. É bem verdade que os 10 anos do PT à frente do Governo Federal mudaram realidades. O Estado Brasileiro se fortaleceu, as instituições republicanas se consolidaram e definitivamente há uma nova classe política disputando a luta hegemônica com aqueles que secularmente impõem suas vontades para o povo Brasileiro.

Entretanto, 10 anos à frente do Governo Federal, foram suficientes para o partido perceber que para mudar o Brasil, é necessário mais do que apenas se manter à frente da Presidência da República. Era preciso alcançar uma maioria no Congresso para governar o País.

Todo esse zig-zague político, nos fez adquirir a maior base aliada da história de nosso País. Somados ao Campo Democrático Popular, apareceram inúmeros outros partidos que vendo esvaziado o núcleo do poder Tucano, viram como oportunidade aderir à base do atual Governo.

Em nome da governabilidade e relevando as insuficiências programáticas, cada eleição municipal desde 2002, levou o Partido dos Trabalhadores a tomar como postura a renúncia de diversos municípios e governos estaduais em nome da continuidade da administração federal.

2012 é um ano histórico. Para além das superstições holísticas que o ano nos remete, 2012 deixou claro a necessidade do partido fortalecer a estratégia de retomar o modo petista de governar que se iniciou com enorme sucesso nas Prefeituras Municipais. Governos pioneiros como de Olívio Dutra e o orçamento participativo em Porto Alegre, serviram de base para acumularmos condições de construir, elaborar e implementar políticas públicas de alcance nacional.

Da mesma forma, 2012 deixou claro a falta de ambiência programática que muitos partidos da base aliada, possuem em relação à visão ideológica que o PT implanta na sociedade. Tais fissuras, deixam claro que 2014 não será um ano de estabilidade e continuidade do jogo político-eleitoral iniciado por LULA. Pelo contrário, será um ano, em que a depender do desempenho que tivermos nestas eleições municipais, as fissuras expostas na base aliada, deverão se consolidar de forma a se constituir uma nova candidatura à Presidência da República diferente da candidatura petista e da oposição.

Uma candidatura que por nascer de nossa base aliada, trará enormes problemas de esvaziamento político e ideológico para adentrar na trincheira do vale tudo em nome das amarrações fisiológicas.

Neste ambiente, é fundamental o Partido dos Trabalhadores garantir Vitórias nas eleições Municipais como na Cidade de Vitória e retomar a prevalência das discussões programáticas de rumos das nossas cidades que se encontram a cada dia em crise pelo trânsito e por sistemas anti-sustentáveis que excluem as pessoas em detrimento da especulação imobiliária e do lucro.

Vitória passou 8 anos sendo administrada pelo PT e provou que onde o PT governa dá certo. Inúmeros são os prêmios recebidos pela Capital que comprovam essa ideia.

Uma das melhores gestões fiscais entre os municípios do Brasil, um dos maiores investimentos nas áreas sociais do orçamento, a melhor capital em qualidade de vida, diminuição da pobreza e da desigualdade, um dos melhores orçamentos participativos do Brasil, o melhor sistema de saúde entre as capitais do Brasil, o melhor mecanismo de participação social do Espírito Santo com mais de 24 Conselhos Municipais em parceria com a sociedade civil, a maior redução de homicídios e de violência do Espírito Santo, sendo hoje uma das melhores cidades para se viver.

Situação muito diferente da encontrada pelo PT e pelo prefeito João Coser em 2005 quando assumimos a prefeitura da mão de Luiz Paulo Veloso Lucas e do PSDB.

Cenas como o funcionalismo público sem plano de carreira, ausência de concursos públicos, prédios e estrutura dos serviços públicos sucateados, Sub loteamento da política de Assistência Social, Baixíssimo investimento no desenvolvimento humano, social e na saúde, bem como a gritante necessidade de obras em infra-estrutura eram situações rotineiras.

O PT portanto, não só possui uma estratégia de nação, soberania e desenvolvimento para o Brasil, como consegue traduzi-la em qualidade de vida, participação social, democracia e boa gestão em nossas cidades.

Garantir a continuidade desse projeto com IRINY LOPES para Prefeita é Amar a cidade de Vitória. É não permitir retrocessos e a volta da política que o PT há mais de 30 anos combate. A política das elites e de governantes que desprezam a vontade popular e a democracia.




*Pedro Teixeira é Secretário Estadual da Juventude do PT no Espírito Santo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Resumo do Ensaio: A Transcendência do Ser e seu ciclo Imatéria x Matéria x Imatéria, a Religião Marxiana!

Há muito tempo tenho falado que não sou Marxista, sou Marxiano. Não me fecho nos dogmatismos da doutrina para fazer as análises históricas e minhas sínteses diárias. Se fosse, partiria da máxima relacionada ao principio da materialidade das coisas.

Tal conceito figura muito simples: A história nasce no homem e morre no homem, é imanente. Isso trouxe sério danos de má interpretação marxista em que religião era o ópio do povo e Deus não existia.

Pequena sandice. Além de se mostrar equivocada haja vista tamanha complexidade do Ser humano, tal conceito se mostra insuficiente para conseguir confortar a alma humana num cenário de sociedade comunista, sem religião.

Marx nunca quis abandonar o povo de sua crença. Só achava que a religião era fruto para alienação da sociedade e grande prejudicial para o desenvolvimento intelectual do proletariado. Isso não nego. Então qual seria a solução? Negar a imanência em Marx e aplicar sua lógica dialética histórica na transcendência.

Não cabe aqui resolver o problema de crença do homem em como TUDO originou mas em poder analisar que o mundo imaterial não passa de Demiurgo do mundo Real que fora criado primeiro e desestimulado, criou o segundo. Contribuindo para construir uma religião revolucionária, própria, íntima e não reguladora onde na realidade, a vida espiritual não passa de uma vida de homens na não-matéria.

É muito simples, todas as construções divinas e sobrenaturais que construímos, nunca negou a aparência humana de tais sujeitos. Não negou por que não há como imaginar outra coisa que não seja o próprio homem numa mentalidade humana.

No final, o mundo espiritual é o mundo da Crença, da Linguagem. Um mundo em que o desenvolvimento do homem é tal onde sua lógica material, vícios, defeitos e limitações desaparecem para surgir o divino, o limpo, a perfeição. Não se entenda divino como bom, mas como transcendente.

A vida por ser um ciclo se demonstra em continuidade, logo, suas escolhas aqui na terra fazem sim a diferença. Sua formação não acontece num momento, numa noite. Ela aqui na terra é a continuação desse ciclo - Há opção. Ao morrer num estilo de vida, se continua com ele no mundo espiritual. Não falo aqui de riquezas ou qualquer outra matéria, falo do que o Homem decidiu atribuir como Bom ou Mal.

Dessa forma nada é de se espantar que na ótica divina apresentada, há Homens que por imaginarmos o mundo sob o víes cristão de antítese, se convenciou chamar de Diabos e Deuses, que vão para o Céu ou o Inferno.

Ora meu DÉUUUS, não é tão simples? O transcendente é a reprodução do mundo real na imatéria.
No entanto, há que se perguntar: Então por que não ficamos na imatéria, no perfeito, no evoluído, no imortal?

TEORIA DO CONTRATUALISMO PARA FORMAÇÃO DA MATÉRIA

Quem disse que não ficamos? Estamos há zilhões de anos. Entretanto, num momento qualquer que pode ser único ou gradual, a sociedade da não-matéria, resolveu se tornal tal.  Era preciso dar um pausa no acontecer dos fatos, era preciso buscar uma alternativa de rejuvenescimento e escolhas a uma civilização que não tinha mais ambições e anseios de vida.

Neste momento, se organiza a explosão da grande energia, da linguagem, da não matéria que originou o tudo através de sua primeira dialética – O Big Bang.

De lá pra cá o ciclo não se esgota. São mais de 4.5 bilhões de anos e a vida continua evoluindo e se desenvolvendo.

Qual é a parte boa nisso? Sua vida espiritual é sua, não pertence a UM Deus, a igreja. Faça das suas escolhas a razão da sua vida aqui e na Não-matéria. Os homens são os donos da sua história, seja aqui ou no plano espiritual.

Marx se fecha e cai como uma luva, libertando e tirando milhões da alienação, liberando as pessoas para serem donas do seu próprio destino e capacitando-as para desenvolver um nível de consciência plena na implantação do Comunismoo. Esse não virá no ato unilateral, virá no estado de consciência dos povos.

Para tanto é preciso disputar a hegemonia cultural dos povos e prepara-los para continuar o ciclo da vida eterno e constante, em plena evolução...

Pedro Teixeira
(continua)

sábado, 25 de junho de 2011

Emir Sader: A rebeldia dos jovens que tanta falta nos faz

Mais uma vez me contemplou e contemplou o @movmudanca.


Blog do Emir Sader

Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”
Aí nos demos conta – se ainda não tínhamos nos dado – da imensa ausência da juventude na vida política brasileira. O fenômeno é ainda mais contrastante, porque temos governos com enorme apoio popular, que indiscutivelmente tornaram o Brasil um país melhor, menos injusto, elevaram nossa autoestima, resgataram o papel da política e do Estado.
Mas e os jovens nisso tudo? Onde estão? O que pensam do governo Lula e da sua indiscutível liderança? Por que se situaram muito mais com a Marina no primeiro turno do que com a Dilma (mesmo se tivessem votado, em grande medida, nesta no segundo turno, em parte por medo do retrocesso que significava o Serra)?
A idade considerada de juventude é caracterizada pela disponibilidade para os sonhos, as utopias, a rejeição do velho mundo, dos clichês, dos comportamentos vinculados à corrupção, da defesa mesquinha dos pequenos interesses privados. No Brasil tivemos a geração da resistência à ditadura e aquela da transição democrática, seguida pela que resistiu ao neoliberalismo dos anos 90 e que encontrou nos ideais do Fórum Social Mundial de construção do “outro mundo possível” seu espaço privilegiado.
Desde então dois movimentos concorreram para seu esgotamento: o FSM foi se esvaziando, controlado pelas ONGs, que se negaram à construção de alternativas, enquanto governos latino-americanos se puseram concretamente na construção de alternativas ao neoliberalismo; e os partidos de esquerda – incluídos os protagonistas destas novas alternativas na América Latina -, envelheceram, desgastaram suas imagens no tradicional jogo parlamentar e governamental, não souberam renovar-se e hoje estão totalmente distanciados da juventude.
Quando alguém desses partidos tradicionais – mesmo os de esquerda – falam de “políticas para a juventude”, mencionam escolas técnicas, possibilidades de emprego e outras medidas de caráter econômico-social, de cunho objetivo, sem se dar conta que jovem é subjetividade, é sonho, é desafio de assaltar o céu, de construir sociedades de liberdade, de luta pela emancipação de todos.
O governo brasileiro não aquilata os danos que causam a sua imagem diante dos jovens, episódios como a tolerância com a promiscuidade entre interesses privados e públicos de Palocci, ou ter e manter uma ministra da Cultura que, literalmente, odeia a internet, e corta assim qualquer possibilidade de diálogo com a juventude – além de todos os retrocessos nas políticas culturais, que tinham aberto canais concretos de trabalho com a juventude. Não aquilata como a falta de discurso e de diálogo com os jovens distancia o governo das novas gerações. (Com quantos grupos de pessoas da sociedade a Dilma já se reuniu e não se conhece grandes encontros com jovens, por exemplo?)
Perdendo conexão com os jovens, os partidos envelhecem, perdem importância, se burocratizam, buscam a população apenas nos processos eleitorais, perdem dinamismo, criatividade e capacidade de mobilização. E o governo se limita a medidas de caráter econômico e social – que beneficiam também aos jovens, mas nãos os tocam na sua especificidade de jovens. Até pouco tempo, as rádios comunitárias – uma das formas locais de expressão dos jovens das comunidades – não somente não eram incentivadas e apoiadas, como eram – e em parte ainda são – reprimidas.
A presença dos jovens na vida pública está em outro lugar, a que nem os partidos nem o governo chegam: as redes alternativas da internet, que convocaram as marchas da liberdade, da luta pelo direito das “pessoas diferenciadas” em Higienópolis, em São Paulo, nas mobilizações contra as distintas expressões da homofobia, e em tantas outras manifestações, que passam longe dos canais tradicionais dos partidos e do governo.
Mesmo um governo popular como o do Lula não conseguiu convocar idealmente a juventude para a construção do “outro mundo possível”. Um dos seus méritos foi o realismo, o pragmatismo com que conseguiu partir da herança recebida e avançar na construção de alternativas de politica social, de politica externa, de políticas sociais e outras. Os jovens, consultados, provavelmente estarão a favor dessas políticas.
Mas as mentes e os corações dos jovens estão prioritariamente em outros lugares: nas questões ecológicas (em que, mais além de ter razão ou não, o governo tem sistematicamente perdido o debate de idéias na opinião pública), nas liberdades de exercício da diversidade sexual, nas marchas da liberdade, na liberdade de expressão na internet, na descriminalização das drogas leves, nos temas culturais, entre outros temas, que estão longe das prioridades governamentais e partidárias.
Este governo e os partidos populares ainda têm uma oportunidade de retomar diálogos com os jovens, mas para isso têm de assumir como prioritários temas como os ecológicos, os culturais, os das redes alternativas, os da libertação nos comportamentos – sexuais, de drogas, entre outros. Têm que se livrar dos estilos não transparentes de comportamento, não podem conciliar nem um minuto com atitudes que violam a ética pública, tem que falar aos jovens, mas acima de tudo ouvi-los, deixá-los falar. Com a consciência de que eles são o futuro do Brasil. Construiremos esse futuro com eles ou será um futuro triste, cinzento, sem a alegria e os sonhos da juventude brasileira.
Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Desafios para o 52º CONUNE: O Movimento Mudança na luta pela democratização da Educação brasileira

Tema central para o movimento estudantil, não é necessário falar que Educação é a base da cadeia de discussão política dentro de todo nosso movimento. Desta bandeira há o desdobramento de todas as lutas encampadas pela Gloriosa União Nacional dos Estudantes e o movimento estudantil.

Dentro desta perspectiva, durante anos a UNE e toda a sua rede de militantes e entidades que a compõem, lutam para estabelecer uma educação que possa responder aos anseios de um mundo e de uma sociedade que consiga dialogar para além da ótica de mercado. Uma educação que possa acomodar perfeitamente os anseios libertários do movimento estudantil, o aprendizado técnico e a emancipação da sociedade através da democratização do saber.

Entretanto a ditadura empresarial-militar e a sua repressão frente aos movimentos sociais, que golpeou toda tentativa de progresso e emancipação dos seres humanos, ajudaram a difundir e estruturar o poder do sistema financeiro nacional, o poder midiático de consumo e a coerção do Estado para com os projetos destoantes da elite dominante. Além disso, o neoliberalismo advindo da abertura política e que provocou a dispersão e virtualização da sociedade, o individualismo e a aversão para com toda organização política; trazem um grande desafio para o movimento estudantil e conseqüentemente para a União Nacional dos estudantes.

Principalmente neste novo momento que passamos no Brasil em que a abertura política, o fortalecimentos das instituições, o alargamento da democracia e o crescimento econômico com distribuição de renda que foram conquistados no governo LULA I e LULA II, e que tendem a ser aprofundado no governo Dilma.

Entre os grandes desafios deste novo paradigma que o Brasil vive e que o movimento estudantil e a UNE devem enfrentar ainda neste início de década para que possamos influenciar de fato nos rumos de uma nova sociedade comprometida com o desenvolvimento do país, a distribuição de riquezas e o nivelamento das injustiças com a emancipação do ser humano, estão:

- Reverter o quadro de dispersão social na sociedade envolvendo cada vez mais alunos na luta pela construção da entidade e do movimento estudantil. Isso só será possível quando buscarmos cada vez mais irmos de encontro a cada curso e faculdade deste país para fazer luta desde a base do movimento estudantil, os CA’s e DCE’s, até a União nacional dos estudantes. É preciso pensar também em um novo sistema de eleição da diretoria da entidade, de plenária final e de espaços nacionais de luta e mobilização, que além de serem mais atrativo para o estudante, consigam trazer a luta da universidade no dia-dia, para a pauta nacional. Por isso defendemos as Diretas, só ela poderá resolver nosso problema de aproximação da entidade nacional com o cotidiano dos estudantes.

- Construir uma nova ótica que rompa com a educação tecnicista em que o objetivo final é preparar para o mercado, sendo a universidade apenas um meio para atingir este objetivo e não um fim para a democratização do saber e a emancipação da sociedade;

- Provocar a aprovação de um projeto em que a educação brasileira, em sua política de longo prazo, venha ter cada vez mais espaço para democracia interna, mais recursos pra valorização do magistério, mais espaço para que o estudante se sinta bem dentro da universidade, além da retomada da responsabilidade pelo Estado na educação para que tenhamos cada vez mais universidades públicas e para que o ensino privado seja enfim regulamentado.

A UNE na luta pela aprovação do PNE

Não é possível conseguirmos isso sem que o PNE seja aprovado com as 59 emendas que a UNE encaminhou ao parlamento, principalmente as que destinam 10% do PIB e 50% do fundo social do pré-sal para a educação, expansão do ensino superior em 40% garantindo 60% deste total em matrículas na rede pública, criação do fundo nacional de assistência estudantil com 2% das verbas do MEC para atender a demanda das universidades públicas e 2% do lucro líquido das IES particulares para atender aos seus alunos, a gestão democrática e principalmente a regulamentação do setor privado que vem dia-a-dia transformando a educação em mercadoria e as universidades em empresas transnacionais.

Democratização da Educação já! Por uma educação de todas e de todos nós!

Por isso tudo o Movimento Mudança traz como um grande desafio ao 52º CONUNE que será realizado na cidade de Goiânia entre os dias 13 e 17 de julho, a democratização da educação.

Só uma política educacional que garanta mecanismos democráticos de participação, em que cada comunidade acadêmica possa interferir na política de sua instituição através de mecanismos de consulta como o orçamento participativo, a gestão democrática com eleições em todas as instâncias, além da transparência e publicidade dos atos dados, é que podemos de fato avançar na formulação de uma educação verdadeiramente comprometida com a sociedade. Uma educação que consiga dialogar tacitamente com a rebeldia da juventude e um compromisso de País.

Estamos vivendo um novo ciclo em que o ano de 2011 será definidor para o Brasil que queremos nos próximos 10 ou 20 anos.

Escolher o caminho errado, sem ouvir os estudantes e sem criar mecanismos de ampla participação e democratização da informação tanto na UNE quanto em cada IES do país, levará o Brasil a perder a oportunidade mais esperada de sua história: A revolução através da educação que levará o ser humano e não o capital a ser o centro de qualquer ação, tornando-se um país mais humano, justo e solidário.

Cabe a União Nacional dos Estudantes, neste fórum máximo de sua existência, garantir que todos os estudantes do Brasil, venham pactuar a nossa luta por este novo tipo de educação que queremos ter; Uma educação que além de preparar a sociedade que irá desenvolver o país do futuro, preparará também o ser humano que racionaliza recursos, que pensa o meio ambiente como fator determinante nas suas decisões, que respeita e trabalha lado a lado com as diferenças e minorias, que se vê no outro e que iguale as condições entre os homens.

Sabemos, entretanto, que não será o 52º CONUNE que irá trazer para nós, estudantes brasileiros, todas as respostas por nossos anseios, mas, sem dúvida deverá ser ele quem dará o norte para o caminho que buscamos.

Que venha o 52º CONUNE da UNE, pela democratização da educação e da informação e por uma UNE que consiga agregar as massas estudantis nesta luta!



Movimento Mudança
O importante é o movimento!






São Paulo, Anhangabaú - 13 de abril de 2011

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Análise da Ética e da Justica segundo Kant

Kant se diferencia de Aristóteles e Tomas de Aquino ao conceber uma ética que erige da autonomia da vontade, entenda-se a liberdade, como base inabalável da moralidade. É a vontade que se auto-legisla e confere a si própria a norma do agir moral. A razão é a vontade, é a prática do agir moral. Desta forma pela razão da vontade o homem torna-se senhor de si.

A ética é colocada como norma da moralidade; uma norma imperativa e categórica que vai determinar o agir moral do homem.

Kant tem como objetivo desvencilhar a razão da irracionalidade e trazê-la para um lugar de destaque em que qualquer idéia de justiça e ética passa por ela.

Isso é preciso por que o homem possui em sua raiz um mal (aquele em que sendo o homem finito, esta sujeito as inclinações de sua natureza limitada). Por isso a norma então viria como um imperativo moral para cercar as resistências humanas. A lei seria um dever moral do homem justo.

A questão é que ao contrário de Aristóteles que reconcilia a moral com a sensibilidade, Kant circunscreve a moral ao reino da prática em que a sensibilidade nada tem a ver com as inclinações empíricas. Tanto é que o reino da sensibilidade nunca poderá fornecer um princípio moral universalmente válido.

Para Kant então só a boa vontade ligada a razão é que pode ser considerado algo bom. Kant inclui como imperativo o dever moral, pois, não sendo o homem espontaneamente moral é preciso que haja um comando, e a este se dá o nome de imperativo categórico; uma imposição da vontade de agir conforme o dever.

Para ele, o homem deve agir unicamente segundo a “máxima que te leve a querer ao mesmo tempo que ela se torne lei universal”. Esta máxima por sua vez seriam os princípios práticos, subjetivos de cada sujeito. A partir da ação, ou seja, da expressão de vontade, esta adquire um caráter objetivo, tornando-se uma lei prática.

Moralidade para Kant é a) a vontade livre que se auto-determina conforme as regras que a máxima dá b) a vontade livre só é possível conforme as exigências do imperativo categórico e este por sua vez é quem controla a moralidade das ações objetivas.

A moralidade então é a vontade livre de ser feliz. Dessa forma busca alcançar uma máxima que possa servir de lei universal ou princípio de determinação moral do homem. A única forma para isso seria a atuação legislativa das máximas. A vontade teria em sua forma mais pura a lei, uma vontade subjetiva, expressa em norma, perfeita e que terá seu cumprimento objetivo.

A ética por sua vez, em Kant, tem uma idéia de obediência à lei. O exercício da liberdade é possível desde que se respeite a liberdade de outrem.

Sabe-se também que Kant, igualmente a Aristóteles, ligou o homem a política. Sua diferenciação está na não exigência de virtudes subjetivas para alcançar a justiça, apenas no cumprimento do que a lei delimita como sendo exercício externo de liberdade. Dessa forma aborda a vida política pelo direito, normativamente.

Tendo em vista que todos os homens são livres na mesma profundidade, o grande problema está na administração legal da liberdade humana.

Assim, seria dever dos homens, respeitar a ordem dos princípios dos direitos humanos, aqueles que já são inerentes a ele, e que a ordem legal tem apenas o dever de reconhecê-los e ampará-los com títulos jurídicos.

Dessa forma o homem levaria o Direito ao estado racional do ser, em que as condições que o arbítrio de um, pode unir-se ao arbítrio de outro segundo uma lei universal que é a liberdade, ou seja, a liberdade de um vai até aquele em que a liberdade de outro é preciso coexistir.

 
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 Kant consegue redefinir noções de ética e justiça sendo antropocêntrico. Não busca na transcendência explicações para a realidade humana nem culpa ao homem a razão de nossos problemas, muito pelo contrário, tenda desenvolver através da racionalidade própria e imanente, uma busca por uma ética e justiça social. Seu grande problema é a falta de reconciliação entre a razão e a liberdade do homem, com a sua transcendência. Ao invocar a razão para o homem superior e impor a ele obediência a vontade livre racional e normativa, desconecta este de seu corpo, de sua ligação com aquilo que está fora de sua mera condição. Ao fazer isso, defendendo o normativismo e o enrijecimento do direito natural, Kant imutabiliza as condições inatas do homem, contribuindo para a existência hoje de uma concepção de diretos humanos que não evolui na mesma rapidez que a história do homem, provocando grande disparidade entre o que a lei protege e o que de fato acontece.