quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Verdadeira face do PSD

 
*Pedro Teixeira

O conceito de criação do não tão novo PSD, supostamente criado por Gilberto Kassab, não passa de um manifesto em defesa dos grandes empresários, da iniciativa privada, da grande mídia e do poder - da retomada de um Poder perdido com a subida do PT ao Palácio do Planalto e sua infiltração hoje hegemônica no Estado Brasileiro, na Mídia alternativa e na aliança com as Mídias progressistas e os novos empresários, outrora empregados.

Reflete o desespero de um Grupo do País que perdeu espaço e voz nas decisões do Brasil.
O maior deles, a Elite de São Paulo, representada historicamente por José Serra e FHC.

Em minha opinião, Kassab não passa de um “pau mandado”, alguém que recebeu as ordens e o manifesto de fundação ou “Carta à Nação” da Elite econômica e aristocrática de um país retrógado que a 8 anos faz parte do passado.. De uma elite, representada politicamente por um projeto fracassado - o Neoliberal e seus maiores expoentes na política: José Serra e FHC.

Lendo o manifesto de fundação que Kassab pronunciou hoje em Brasília, não é Kassab quem vejo falar, é o interesse dos grandes poderes econômicos, midiáticos, ruralistas, reacionários e aristocráticos. Nele é possível ver frases ditas por grandes expoentes de grupos da sociedade que num simples fetichismo se transmutam na figura de políticos como José Serra.

Além disso, a cara de pau é tamanha que o “Manifesto” brinca com a mente do leitor através da subsunção, ou seja, de frases já ditas e repetidas muitas vezes por políticos importantes no país e funde tudo, como se todos os conceitos sejam a síntese de um conselho milagroso do PSD para o País.

Aqui, se inicia a lavagem cerebral e a subsunção das idéias com José Serra iniciando o discurso: Defendemos a iniciativa e a propriedade privadas, a economia de mercado como o regime capaz de gerar riqueza e desenvolvimento, sem os quais não se erradica a pobreza. Acreditamos num estado forte, regulador, mas democrático e centrado nas suas prioridades sociais.”

Ali, percebe-se FHC com seu resquício Florestan Fernandes já contaminado pelo Neoliberalismo: “Apoiamos as políticas sociais aos que mais precisam do amparo do estado, e a necessidade de abrir as portas de entrada do emprego digno para esses cidadãos. Devemos isso ao Brasil que quer e precisa se modernizar, se tornar mais ágil, se libertar das impossibilidades e oferecer, de verdade, igualdade de oportunidade aos que querem se profissionalizar, gerir seu próprio negócio e vencer na vida.”

Num outro momento fica notória a ideologia dos novos Senhores da Fazenda, agora chamados de Ruralistas, vomitando que “O PSD aposta na agricultura e na pecuária – como parte da cadeia produtiva do agronegócio – que libertou do atraso histórico as populações do campo, transformando antigos proprietários rurais em empresários e criando uma nova classe de trabalhadores especializados e valorizados. Mas fazemos questão de lembrar e valorizar a multidão de pequenos produtores, uma classe batalhadora que carrega o Brasil nas costas.”

Logo em seguida, descreve um tema batido nos últimos tempos e que na última eleição, ganhou a campanha, e ao mesmo tempo angariou muitos votos e muito lucro para o Grande Capital e o mercado, este tema chama-se Meio-Ambiente, no entanto com uma nova roupagem - “O PSD apóia e defende a preservação do meio ambiente como fator de sobrevivência do homem e da própria vida do planeta. É possível alargar as fronteiras da produção, de maneira sustentável e responsável.” (Capitalismo Verde)

A Classe média mais arraigada e neoliberal construída nos anos 90 de FHC também tem seu espaço: “O PSD exige a exposição clara, em todos os produtos comercializados, de todos os impostos ocultos nos preços dos bens e serviços, para que o cidadão saiba o que paga e o que tem direito a receber de volta do Estado. Pago, logo exijo (Teoria da Mercadoria e do consumo): esse é o cidadão alerta e ativo que queremos.”

Os militares e a proteção das fronteiras e da soberania nacional: Presentes!  “O PSD defende intransigentemente a Zona Franca de Manaus como pólo de desenvolvimento tecnológico e de geração de empregos.”

Chegou a tal escrutínio, a ponto de reproduzir um discurso de Dilma no combate à Corrupção e a luta por um Estado eficiente e que funcione melhor. Com essa mistura conseguiu dar o ar amorfo de terceira via: O PSD será também intransigente na condenação e denúncia pública da corrupção e dos malfeitos. Está ao lado da sociedade, do trabalhador, dos jovens, da família brasileira que exigem respeito ao dinheiro público e comportamento ético, coerência e honestidade de seus governantes e da classe política. O exercício da Política tem de ser responsável, transparente, não comporta conluios, conchavos ou sombras.” (É a alavancada de Plínio Salgado e a FTP – Família, Trabalho e Propriedade)

Mas esse não é o pior do PSD, o partido ressuscita o maior golpe que a Direita, as Elites seculares do Brasil, a Grande mídia e a Nobreza todas juntas, tentaram impor ao povo Brasileiro: A revisão constitucional que poderia dar uma nova forma de governo, um Sistema de governo novo e uma nova regra do jogo que retomasse o poder de quem perdeu muito espaço nas decisões do País para o poder popular e que agora corre atrás do tempo perdido pelo jeito que sempre fez: Por dentro de sua máquina monstro – o Estado.

Os ditos remendos constitucionais e improvisações oportunistas”, na verdade são todas as conquistas dos trabalhadores, da democracia, da sociedade e de um País que avançou nestes últimos 10 anos e que através de novos institutos como a Função Social, a Boa-Fé e a Dignidade Humana, fizeram estas Elites perderem espaço. Fizeram o mercado ter prejuízo ao longo dos ano e fizeram o homem refletir no que tange a exploração sobre o outro.

Assim quem emprega pessoas em regime escravo já não pode fazer isso, dá cadeia. Quem usa e abusa da informação para objetivo pessoal, já não consegue dar sustentação a sua hegemonia midiática. Quem perdeu o poder político que detinha desde a redemocratização, sumiu à quase nada e não sabe como caminhar. Por fim, quem apostava no Estado Neoliberal pequeno, na regulação do mercado e na mercantilização de todas as coisas e pessoas, viu que a partir de sua própria crise mundial e da perda de seu projeto de poder neoliberalizante, tal loucura já não faz mais sentido.

Venho fazer parte de um grande conclame a todo o povo Brasileiro: Não deixeis se enganar. O PSD tem cara de um, mas é de outro. Parece que defende os Brasileiros, quando defende apenas alguns “tipos” de Brasileiros.

Faz acreditar que o povo é burro. Não percebe que agora o povo não quer ser apenas empregado, que fica calado com seu salário e uma “vidinha” feliz.  Perceberam que agora o povo “pode”, a Mulher pode! As minorias já começam a poder e assim, ta tudo errado Brasil. O povo pode, mas não pode tanto!


Pedro Teixeira é Diretor de Direitos Humanos da UNE e Candidato do Movimento Ação e Identidade Socialista à Secretário de Juventude do PT no Espírito Santo.