terça-feira, 31 de agosto de 2010

Momentos...


Bem, momentos são momentos, lógico. Não venho aqui hoje para explicar o que seria o momento. Não tenho a pretensão de gastar meu vernáculo com o intuito epistémico cognitivo de saber o que é o momento. Deixo esta indagação para o filósofo. O que trago em voga é o engano que o momento nos traz. Já não houve momentos de certezas tão certas que estas acabaram incertas? Já não houveram momentos tão felizes que de felizes se tornaram tristes? E já não houveram momentos infinitos que por tamanha infinitude tiveram fim?  Não estou louco não me internaram, ainda. Isso ocorre e como ocorre! Não seria absurdo pensar o momento e suas contradições e hoje ao me deparar por um momento para discutir o que é momento percebo quão errado estamos neste momento. Não que não exista a possibilidade de explicitá-lo. O ponto chave aqui é o engano do momento. Como você se torna confuso ao na verdade já não ter a certeza do momento atrás. De viver aquela felicidade passageira, aquela certeza incerta que como num feixe de luz se dissipa  após já ter invadido seu coração e o arrasando e tornando tudo tão incerto.

Momentos - tê-lo, não tê-lo, qual seria a solução?

Por desconhecer tal resposta neste momento, deixo aos amigos leitores este poema que gosto muito de Fernando Pessoa:
Foi um momento.

Foi um momento/ O em que pousaste/ Sobre o meu braço,/ Num movimento/ Mais de cansaço/ Que pensamento,/ A tua mão/ E a retiraste./ Senti ou não ?

Não sei. Mas lembro/ E sinto ainda/ Qualquer memória/ Fixa e corpórea/ Onde pousaste/ A mão que teve/ Qualquer sentido/ Incompreendido./ Mas tão de leve!...

Tudo isto é nada,/ Mas numa estrada/ Como é a vida/ Há muita coisa Incompreendida...

Sei eu se quando/ A tua mão/ Senti pousando/ Sobre o meu braço,/ E um pouco, um pouco,/ No coração,/ Não houve um ritmo/ Novo no espaço?/ Como se tu,/ Sem o querer,/ Em mim tocasses/ Para dizer/ Qualquer mistério,/ Súbito e etéreo,/ Que nem soubesses/ Que tinha ser.

Assim a brisa / Nos ramos diz/ Sem o saber/ Uma imprecisa/ Coisa feliz.

Pedro Andrade


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Por nada ver, nada ouvir, nada sentir e até esquecer...

Me recusei virar o mês e nada postar. Devo pedir desculpas. Estávamos em processo eleitoral para o DCE e não achei tempo para me dedicar a críticas exclusivistas e pessoais. Era um momento de construção coletiva e minha cabeça estava sem tempo para falar de qualquer coisa a não ser o processo eleitoral. Hoje, continuo não muito afim de dizer algo na verdade mas, não quis acreditar que nada postaria nestes 30 dias. Recorro a  minha ignorância para assim tentar escamotear a preguiça para postar mas nada escrever. Ah, como conhecimento inútil recomendo a todos o livro de Chico Buarque - Leite Derramado que ganhei de uma doce menina que me ensinou a ver as coisas de uma outra forma, melhor...  para assim tentar escrever diferente também, por que não?

No mais, recomendo o blog de um grande amigo que com sua forma sarcástica de não dizer nada, traz em voga uma leitura gostosa e atrativa: www.criativonao.blogspot.com

Pedro Andrade