quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

CAÇA AS BRUXAS!

É engraçado como o nível de reprocidade e contentamento das pessoas acabam na primeira necessidade de ajuda.
Vou contar-lhe uma estória que está pressa na minha garganta à alguns meses.
Quando decide criar o Grêmio no ano passado, realmente tinha o objetivo de tornar a escola um lugar melhor.
Sem despotismo centralizado, injustiças, má qualidade no ensino e falta de estrutura.
Uma escola que realmente atendesse a um sistema democrático, justo e que tornassem alunos e professores felizes! com vontade de trabalhar. Utopia? creio que sim. Mas concerteza, boa parte disso consegui fazer nestes 2 anos.
E o que eu ganho de retribuição? Dos alunos, atenção, companheirismo, amizades, entendimento e acima de tudo respeito. coisas que nunca imaginei que poderia conseseguir de pessoas que na "piramide hierárquica" são "iguais" a mim.
Dos professores? claro há professores que estáo comigo desde o início, alias, tecnicamente eu estou com eles uma vez que eles já estavam lá antes de eu chegar, mas enfim deles, ou da grande maioria recebi o respeito e o entendimento do que fiz.
Mas o que me surpreendeu foram professores que entraram neste ano e que acabaram de sair de uma universidade(tecnicamente seriam muito melhor pra entender minha proposta).
Mais precisamente três deles. Não há necessidade de expressarmos os nomes uma vez que quando lerem, rapidamente irão se identificar. O fato é ,que quando houve algumas mudanças do segundo semestre(quando eles entraram) no início não pude conheçe-los muito bem, até porque, havia a festa da escola, meu trabalho e o CEFETES anoite, tá tudo bem não estou aqui para me justificar, sei que estou errado em não ter assistido aulas, mas também, como é possível? quando se faz a revolução, não se pode fazer tudo perfeito e ao mesmo tempo, esperava o entendimento e discernimento da parte deles, ainda mais depois da viagem á Itaunas e de todos os elogios e reprocidades derramados perante a mim.
Percebi que era tudo falsidades, que na verdade era uma espécie de revolta por achar que não sei, talvez, eu era a estrelinha da escola que matava aula pra ficar "á toa" e tinha como desculpinha esfarrapada o Grêmio.
Pena que descobri muito tarde.
Como resultado? tive minha reprovação em primeira instância.
Não tenho palavras para expressar minha gratidão para com aqueles que entenderam minha situação( um muleque de 17a que tinha que trabalhar atarde para comer, estudava na escola, era presidente do grêmio, fazia CEFETES anoite acordava as 6h e dormia as 2:00).
Minha decepção era saber que estavam querendo fazer um novo caças as bruxa, como o que aconteçeu a décadas atrás nos EUA.
Eles, queriam me punir pelo fato de não ter asistido algumas aulas, não ter ficado na barra deles o tempo todo e ainda assim ter obtido nota para passar de ano.
Era inaceitável. Isso porque nunca maltratei, faltei com respeito ou coisa do genêro.
Apelaram para a lei, lei estadual que determina que o aluno com mais de 200 faltas perca o ano.
Lei criada com motivos exclusivos de punir aquele aluno que matava aula o ano inteiro, fumava maconha, arrumava briga, xingava professor, etc e que no final do ano fazia o provão e obtia nota pra passar. Este, não é o meu caso.
A maneira como foi levado o meu nome para o conselho, o modo como foi apontado a necessidade de contar falta por falta, a alegação do cumprimento da lei acima de tudo, o julgamento feito no apagar das luzes(sim porque a professora de espanhol não estava), a imparcialidade da diretora(que foi a maior beneficiada pelo grêmio, nós sempre nos aliamos a ela, Inclusive quando quiseram fazer uma greve para tira-la da escola e eu não permiti, afinal quem não lembra da história do madalenismo?, sempre ajudando, muita das vezes tendo que sair de sala para fazer o que ela pedia, porque acreditava ser o melhor para a escola), o veredicto que levou mais alguns alunos para a reprovação, alunos coitados, que também estavam na situação de trabalhar a tarde e fazer curso técnico a noite, tudo isso foi a maior injustiça cometida por alguem.
Graças a Deus que do dia que meu pai morreu em diante eu fiz a promessa de que não aceitaria injustiças e elas não aconteçeram.
No mesmo dia tomei nota e fui recolher todos os atestados que já tinha mostrado pra Vera mas por descuido levei para o trabalho e para o CEFETES e não deixei cópias. Lembrei também que já havia um com ela. No outro dia, apesar de revoltado com tamanha injustiça, com a punição de um bom aluno, de alguem que errou tentando melhorar a escola, que sempre ajudou os alunos e professores ali, que nunca faltou com respeito e que sempre estava pronto pra ajudar, e no fim, saber que alunos mau-educados, maconheiros, bagunçeiros e com tantos outros adjetivos, simplismente passaram.
Fui e levei todos os atestados. Pronto, não haveria alegação nenhuma, é a lei que queriam? a lei estava lá, personificada em forma de atestado.

Alguem sugeriu até que poderia ser falso, que muitos alunos estavam falsificando, mas ai já era demais, Eu? além de tudo um bandido? um falsificador de documentos? isso era inaceitável e não seguiu adiante.
Conclusão, passei! não por favor destes que tentaram até o último minuto acabar com minha vida, com meus estudos no CEFETES, com meu início de estudo na UFES e com tudo o que eu lutei, urrei, para conquistar e sim por que os documentos estavam ali e eram irrefutáveis.
Aos amigos, professores e simpatizantes que entenderam tudo o que tentei fazer, tudo o que consegui fazer e se revoltaram junto comigo mediante aquela situação, muito obrigado! nunca esqueçerei de vocês.
Aqueles que tentaram me prejudicar, um recado:
O mundo gira, não estamos sozinho numa ilha e precisaremos sempre um do outro. Quando vocês precisarem de mim, pode ter certeza que estarei disponível.
Espero que consigam durmir mesmo sabendo que poderiam desgraçar com a vida de uma pessoa por puro capricho.

FELIZ NATAL!
Pedro Luiz

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um novo ciclo?

Em tempos de crise é sempre a mesma história: 
O mundo inteiro falando sobre o rompimento de ciclos. Neste último, o capitalismo selvagem, a segregação das minorias e o desafio à sustentabilidade do planeta.
O rompimento deste movimento, sem dúvida foi a crise do subprime e em plena recessão Americana, o povo mais secregacionista da atualidade eleger um negro para o cargo mais importante do planeta!
Não é o fato de o próximo Presidente Americano  ser negro que é mais impressionante, aliás, eu não sei se ele será um bom presidente, se irá corresponder as esperanças dos "gringos''. 
O que sei é que ele e todo o planeta está com a oportunidade de criar um novo ciclo do capitalismo, um capitalismo verde, onde idéias ligadas a sustentabilidade, ao combate ao aquecimento global e a criação de um único continente ligados culturalmente mas com suas singularidades regionais e sem pré-conceitos que distânciam cada vez mais o homem de sua verdadeira essência estarão em alta e darão lucro.
O início disso são as bolsas de carbono que já faturam milhões de dolares para países que emitem menos gás carbônico e mais oxigênio.
Aliás, aqui no espírito santo temos a Marca Ambiental em Cariacica que com a armazenagem do lixo da Grande vitória transforme o que outrora iria para atmosfera e agravando o efeito de aquecimento global em energia.
Enfim temos um novo ciclo, devemos aproveitar e decidir o que queremos para nós daqui a 20 anos, Uma sociedade capitalista selvagem, poluente e com crescimento a todo custo ou uma sociedade do capitalismo verde, crescendo sustentávelmente?
Acredito que escolheremos a segunda opção.
Será que tem mais alguem aqui com pensamento positivo aí?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O poder do quarto poder...

Estive acompanhando algumas manchetes da inprensa sobre o caso Eloá e teve algumas coisas que não pude deixar de perceber.
É incrível como a imprensa está sempre á procura de um fato novo para poder armar o seu circo demagogo e justo nos momentos de preocupações político-econômicas.
Antes deste caso, se falava muito no Pai que jogou a filha pela janela. Quando as grande empresas que monopolizam a informação neste país percebem que a notícia fica ''velha'' logo arrumam outra para despertar os sentimentos nacionais.
Fico perguntando-me se é este o papel da imprensa. 
Quando se promove a notícia, temos uma o exercício de uma conquista importantíssima adquirida através de lutas e mortes de uma geração que vivenciou a tortura e a repressão na ditadura. É um direito inquestionável que não estou aqui para descutir.
O que se entra em questão é o momento em que a imprensa deixa de ser informativa para ser teatral ou puramente motivo de ibope.
Quando isso acontece, notícias importantes, que seriam a denúncia de um descaso político-social de uma sociedade ou psico-educacionais, se tornam a chance de ''abafar'' um problema e ainda aumentar o tamanho do lucro das emissoras.
Todos lembram que o Caso Isabela foi ''lançado'' em meio a problemas políticos. Agora o Caso Eloá se manifesta em meio a crise econômica mundial ocasionada pela bolha Americana e que já começa a fazer efeitos no Brasil.
Até que ponto a imprensa é auto-suficiente ou independente? até que ponto a política não interfere na liberdade de imprensa? essas são algumas questões que temos que levantar e não podemos deixar passar ''batido'', questões que ta serem levantadas para começarmos a discutir e decidir qual é o país que queremos daqui pra frente, qual é o tipo de desenvolvimento que queremos ficar conhecido, enfim temos que começar a indagar as questões que ninguêm mais indaga para que outras pessoas também indaguem e nós começemos a fazer a maior de todas as transformações que este país pode ter, a Revolução política-educacional!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Vida de um algoz...

Sempre dizemos que nossas desgraças são maiores que as dos outros não é mesmo?
O engraçado é que sempre temos argumentos para embasar essa afirmação.

O que dizer de um menino que aos 13 anos descobre que seu pai está com câncer?
Aquele pai super-homem conhece? Que sempre é o mais forte, o mais bonito, lembro-me de como eu o chamava de “O profissional”, por que ele sempre sabia fazer tudo.

             Para piorar, você tinha naquela idade convicções religiosas impostas ao longo de anos dizendo que esta doença era um mal espiritual causado por um espírito maligno que estava na vida do seu pai e que isso te fez enxergá-lo como um ser humano que precisava de uma libertação, não como um pai cujo carinho dado a vida toda precisava ser retribuído agora mais do que nunca, para fazer essa doença se tornar menos dolorosa.
             Você acha que acabou? Pra piorar, neste momento a “família perfeita” de um pai doente tem mais uma surpresa, seu filho decide dar um passo adiante em sua carreira religiosa e se tornar um pastor, logo após ter sido convidado por seu Bispo, numa reunião de obreiros.
             A partir daí, seu espírito forte não o deixa desanimar e o faz passar os 10 meses mais ignómios de sua vida. Esse mesmo espírito forte, sempre foi um espírito que o destacava para ser o melhor em tudo o que fazia, mas, que escondia muito bem todos os seus medos e fraquezas no interior do seu coração. Todos esses 10 meses portanto, foram marcados por demonstrações de glórias e sucessos externos e que alavancavam cada vez mais rápido essa ‘’carreira religiosa’’, mas que por dentro trazia um medo muito grande com a piora do estado de saúde de seu pai e os apelos calorosos de sua mãe para que desistisse da idéia de ser pastor e voltasse para o seio maternal.

             Até hoje me pergunto se a morte de meu pai não teria sido causada pela minha escolha de ter ouvido minha mãe e meu coração que estava numa intensa batalha contra meus desejos e minha ‘’vocação’’.
              Coincidência ou não, depois de eu ter desistido da “obra” naquele começo de 2004, a saúde de meu pai começou a se definhar a cada dia, trazendo o câncer que antes estava na mama (por mais raro que seja homem ter câncer de mama), até o pior de todos os estados cancerígenos, o câncer de pulmão.
              De qualquer forma, a morte de meu pai foi um grande divisor de águas na minha vida, divisor que até hoje me pergunto o porquê de ter ocorrido e se esse era o momento ideal.
            Meu pai morreu sem eu expressar o tamanho do amor que eu sentia por ele, sem saber o quanto eu o admirava e o quanto seu modo de encarar a vida, de nunca desistir, mesmo quando todos dizem que vai dar errado, me ajudou e me ajuda a olhar pra frente e continuar, morreu sem eu ter a chance de pedir desculpas por ter errado em acreditar que Deus iria permitir que o diabo matasse um bom homem ou pior ainda, de acreditar que se ele não quisesse o amor de Jesus e buscá-lo na igreja, não era Eu quem iria dar o meu à ele
             Morreu, sem ver sua filha de 7 anos entrar para o colegial, sem me ver se embrenhar pelas lutas estudantis ou passar nas várias universidades federais.
             Morreu, levando toda ingenuidade que a vida poderia me dar para com a religião,  a política e a própria vida.
             Deixou-me uma profunda descrença, uma sensação de abandono, incapacidade e solidão, nunca antes sentida por mim e que naquele dezembro gelado e triste de sua morte parecia ser os únicos sentimentos existentes em todo o planeta.
             É claro que aquele espírito que guardava os sentimentos no interior do coração e externava força, vitalidade e sucesso, estava lá para todos os que quisessem ver, mas isso não bastava, aqueles sentimentos de frustração logo se externariam e se tornariam indubitavelmente maiores do que essa capa que eu, sem intenção, deixei se formar ao meu redor.
             É nesse contexto que uma segunda fase da minha vida começa a nascer.
            É engraçado como alguém com menos de 20 anos pode ter três grandes marcos na sua vida e que o faz mudar completamente. Curioso também é a demora na primeira fase - acontece quando tinha aproximadamente 14 anos, e o estopim disso: A morte do meu pai,  e a rapidez de como o segundo e o terceiro marco ocorre (aproximadamente um ano de lapso temporal é a distância entre um e o outro).
           É claro que não estou aqui para afirmar que sou o merecedor do “prêmio de maior sofrimento da vida’’, claro que não, estou aqui apenas contando um pouco de mim. (um pouco, não tudo, pois se fosse tudo, daria um livro com dois volumes pelo menos)
           Em todo caso, gostaria de continuar a escrever nesta madrugada do dia 21 de outubro (agora que me dei conta que ainda não acertei o horário de verão no meu notebook, pronto; 2.32h da manhã), e explicar o que me levou a perder ‘’tempo’’ escrevendo o que há anos eu nem se quer abriria a boca para falar.
            Após a morte do meu pai, as coisas em casa começaram a ficar extremamente difíceis.     
            Vindo de uma família abastada, vi nos meus primeiros anos de vida tudo se perder, claro que isso não foi empecilho para que meu pai, junto com minha mãe, se recuperasse e até a sua morte, deixasse nossa vida financeira estabilizada
            Mesmo assim, sua morte foi um grande problema, meu pai era aquele tipo de pessoa que não pensava no amanhã (por que será que acho que herdei isso dele?), muito menos em questões como previdência social, seguro de vida ou ‘’vida organizada’’ em caso de acidentes.
           O que agravava ainda mais era o ‘’rolo’’ com minha tia, desculpa ‘’sociedade’’ numa loja, e a ‘’divisão’’ de apartamentos que até hoje eu não entendo com clareza.
           Tudo isso desembocou após a minha ida à vitória, na expulsão da casa que tinha sido nossa durante uma década, por minha tia, levando entre outras coisas a escolha de mamãe de ir pra Vitória, cerca de um ano depois de eu ter vindo.
           Mas isso é outro assunto, devo focar no principal: a minha ida à Vitória!
          Ah, Vitória, a última vez que estive nesta cidade, capital do Espírito Santo foi em 1997 com sete anos de idade.
         A família da minha mãe em sua maioria do Paraná saiu de lá quando minha mãe estava noiva, e saiu rumo à terra dos Capixabas.

Conclusão: lembrava muito pouco dos meus avôs maternos, tios, tias, etc.
Portanto, logo após essa perda, nada mais natural do que querer conhecer pessoas que eu não conhecia, mas que tinha a certeza de ter um amor incondicional por mim                     ( percebi que essa era outra afirmação errada)

           Por que as coisas não são como nós imaginamos?
          Alguém já se perguntou quanto a escolha de vir pra Vitória me custou?
          Imagino que não, aliás, até pouco tempo atrás nem eu tinha feito as contas.
          No ano de 2006 eu decidi que iria para Vitória no final do ano a qualquer custo.
         
          Até hoje amigos do colégio Rui Barbosa me falam que eu dizia que iria à Vitória nem se fosse de Jegue.

O incrível nisso tudo foi quando eu cheguei.                                                                   

Tinha vindo praticamente fugido dos meus paradigmas e medos de uma terra conhecida, para se aventurar no desconhecido.
         Meus avôs ainda estavam nos Estados Unidos, Minha tia mais nova havia chego há pouco tempo e a mais velha foi quem me abrigou nas férias. Achei tudo tão lindo.
          A cidade cativa as pessoas, é aquele tipo de pequena metrópole que alia qualidade de vida, aconchego e desenvolvimento, além de ser muito bonita.
Resolvi ficar. Começa ai a segunda fase da minha vida.
         No começo de 2007, quando se aproximava a data do meu regresso, me vi num paradoxo enorme, voltar para o que não deu certo, para a cidade que só me trouxe perdas e desilusões ou poder fazer tudo novo, ser quem eu quisesse viver como eu almejasse, numa cidade onde eu não era ninguém, apenas um desconhecido.                          
        A sensação de poder passear no shopping sem ser reconhecido era ótima. E, por tudo isso, tomei a decisão de ficar.                                                                                      
         Para você que está lendo, pode não parecer nada demais, afinal se mudar não é algo tão difícil assim.
Ok! Tenta tomar essa decisão com 15 anos de idade.                                                 
        Mas mesmo assim eu fui em frente. Conversei com minha tia mais nova e ela me ofereceu abrigo. Decide que ficaria aqui o ano de 2007 e em 2008 voltaria para minha terra. Seria uma experiência. (experiência longa, pois já estamos no final de 2008 e não penso em voltar e morar em Campo Grande ou São Paulo Jamais)
            Sério, me arrependi todos os dias que fiquei morando sozinho, por perder privacidade, carinho, atenção, conforto, amor, segurança, amigos e família que eu tinha lá e fiquei sem aqui. O que me dava vontade de continuar era aquele espírito de não desistir nunca que eu já mencionei. Além disso, encontrei na amizade a razão para seguir em frente.
            Achei que nunca poderia ter uma amizade tão forte por pessoas, estava enganado. 
           Os especialistas afirmam que a adolescência é a fase da vida que elas são mais intensas não é mesmo? Pois bem, encontrei nos amigos, aquelas meninas que no primeiro dia de aula me abrigaram e me trouxeram para seu ‘’grupo’’ onde estavam presentes alguns meninos que mais tarde seriam os maiores amigos que alguém poderia ter. É, quando faço uma recapitulação percebo que não teria dado conta sem aquele moleque magrelo de olhos verdes que apesar de suas sandices e loucuras, soube expressar uma amizade e carinho que eu não tinha nos parentes maternos.
           Agradeço até hoje por ter tido uma amizade tão bacana. Foi nessa fase que amadureci rapidamente. Já tinha passado por processos desse tipo antes, afinal, sempre fui responsável por fazer coisas que ninguém jamais conseguiu, além de sempre ter sido independente.

          Mas foi aqui que aprendi a administrar o dinheiro que tinha, a estar sozinho e não poder depender da mãe e do pai, ou de conquistar as coisas a não ser por mérito próprio, sem influências de seus pais. Redescobri também a política. Quando resolvi ficar fui estudar. Na escola me deparei com algo muito estranho, como o ensino era ruim, como as coisas estavam velhas e quebradas, como os alunos eram desmotivados, e como o corpo docente estava desencorajado a dar aulas.
          Eu não podia conviver em um lugar assim, foi aí que mencionaram a idéia de grêmios estudantis. Já tinha ouvido falar, já vi na TV, mas nunca havia feito um. Mesmo assim fui atrás, sabendo que a diretora do colégio não queria ouvir falar de agremiação estudantil, principalmente por que a última, cerca de quatro anos antes, havia aprontado um bocado, tacado fogo na escola e o caralho.
          Mesmo assim, organizamos o processo eleitoral, formamos nossa chapa e ganhamos a eleição com mais de 80% dos votos. Comecei meu processo de amadurecimento político nesse dia, março de 2007.
         Alguns alunos da escola, é verdade, não gostam de mim até hoje, infelizmente não consigo agradar a todos, mas não há um aluno sequer que pode afirmar que nada foi feito, e que nós não revolucionamos aquele espaço, aliás, quem sabe quem sou, pode dizer melhor o que foi feito.
         Seja como for, foi neste ano da minha vida, mais precisamente em Julho, após engolir alguns sapos, se sentir desprezado por seus familiares e cansado de viver de favor (apesar de minha tia ter sido muito generosa em ceder sua casa), que minha mãe quase leu meus pensamentos e disse que em Setembro iria vir pra cá também, para morar.
         Nossa aquilo foi tão bom, me senti realizado, estaria na melhor cidade que já passei (e olha que foram muitas) e com a minha família de verdade, que apesar de ter perdido seu membro principal (meu pai), ainda tinha a minha mãe e irmã que eu amo tanto e que sempre foi muito ligada a mim.
         Mas, como eu disse, as coisas não são tão boas quanto parecem.
Tive a notícia de que viria com ela seu namorado e que eles iriam se casar.
Eu nunca me importei, após a morte de meu pai dela se relacionar, muito pelo ao contrário, acho isso importante na vida de qualquer um. Aliás, eu nem colocava fé nisso, já que minha mãe ameaçou casar outras vezes e essa não seria uma novidade.
       De qualquer forma, aconteceu que entre estes intempestivos sentimentos e acontecimentos da minha vida (Escola, tinha arrumado um estágio, grêmio estudantil, estava entrando no PT), minha mãe apareceu aqui no mês de Setembro que eu me lembro bem, gelado para a época e a cidade, trazendo consigo seu ‘’marido’’. Eu achei legal, afinal a carência que ela sentia pela falta de meu pai e que ela depositava em mim finalmente iria cessar e finalmente nós poderíamos ser uma família.

         Eu nunca vou saber o que aconteceu em Campo Grande após eu ter saído de lá e ficado quase um ano aqui longe dela e da minha irmã, não poderei saber se ela se esqueceu da amizade e o carinho que tínhamos, da intimidade, ou se ela preferiu criar o que tinha comigo com seu novo marido.
         O fato é que essa escolha me deixou mais uma vez sozinho no mundo, desta vez sem aqueles amigos que me apoiaram e me escoraram nos momentos mais difíceis, tinha ouvido algo de minha ‘’-amiga - Irmã’’ que foi como um golpe de morte, renegando tudo o que eu fiz de bom por ela e por todos eles, percebi que a amizade que era forte, não era tão simples e verdadeira da parte deles também. Posso estar errado é verdade, sei que depois disso senti como se não pudesse contar com eles e foi isso que de fato aconteceu.
            Nossas vidas começaram a se distanciar e eu fiquei mais uma vez sozinho, desta vez o fato era curioso, minha mãe já havia chego, mas percebi que não podia contar com ela afinal, seja pelo fato de seu casamento estar em fase de incubação ou pela enorme carência afetiva que ela demonstrou (ter colocando seu marido acima de qualquer coisa), me fez amadurecer mais uma vez incomensuravelmente.
           Dessa vez não podia contar com ninguém, com amigos, com a família, com parentes (as demonstrações de carinho foram quase sempre nulas). Nesse momento da minha vida decidi seguir sozinho, mais isolado do que nunca, foi ai que começa a terceira fase desse rapazinho que agora já tinha seus 16 anos acredito. Fui investir nos meus Estudos, Passei no CEFETES, Investi na política, me tornei referência no movimento secundarista. Quase ao mesmo tempo, decidi que era preciso mudar o grêmio do CEFETES também. A gestão estava lá há dois anos, um ano sem eleição, tinha terminado de destruir a imagem do grêmio face aos estudantes, levando o nível de cooperação entre eles a zero.

             Achei que da mesma forma como houve sucesso no Grêmio Revolução, certamente no CEFETES as coisas não seriam diferentes e nos poderíamos traçar um plano para fazer o movimento estudantil dentro desta instituição, ressuscitar, mudando o pensamento individualista e corporativista da maioria dos estudantes daquele local.
             Lembrei que havia participado do Fórum Social Mundial da Juventude em Florianópolis com algumas pessoas do CEFETES, desconhecia qualquer hierarquia ou funcionamento dessa escola, sabia apenas que o Prof. Jadir Pela era o Diretor Geral e que ele era amigo de um amigo meu.
           Mesmo assim, fui atrás desses alunos e entrei na chapa deles, uma vez que não conhecia mais ninguém e eles já estavam tentando organizar uma chapa para assim formar um grêmio.
           Tive a ilusão de que se não pudéssemos fazer um mundo melhor, era certo que pelo menos iríamos fazer um CEFETES melhor.
            Desdobrei-me, Articulei e pressionei para que a gestão anterior puxasse uma eleição, pressionei para que a comissão eleitoral fosse formada, consegui em parceria com amigos e o grêmio Revolução, materiais para dar corpo a nossa campanha e eu, só fui execrado e criticado pelos integrantes que se demonstravam superiores gramaticalmente, sintaxicamente ou matematicamente.                                                         
Mesmo assim segui levando na esportiva.                             

              Quando ganhamos, comecei a fazer um balanço e perceber que a ajuda no corpo a corpo foi praticamente nula da parte da maioria, estando eu e mais 3 alunos do noturno e uma menina da tarde fazendo todo trabalho.
              Relevei, afinal o líder se sacrifica para que no final as coisas saiam de uma maneira melhor.
             Fomos fazer a festa Junina do CEFETES, aliás, esse é um assunto que fica pra outra hora, o que é preciso saber é que foi uma gestão que iniciou falida e que eu tentei de todas as formas integrar, interagir e fazer com que de alguma forma os pensamentos segregacionistas e mesquinhos não estivessem presentes, uma luta em vão. Por fim, resolvi renunciar para não participar de uma gestão que se mostrou igual à anterior ou até pior e que irá passar um ano de mandato sem ter feito absolutamente nada de engrandecedor para os alunos.
             Esses meus altos e baixos, sempre foram minha vida, por que acreditei em todos os momentos que no dia que se perde, no outro, se ganha em dobro. Mas estou tão ‘’puto’’ com tudo o que aconteceu que fico me perguntando até quando as coisas valem a pena, até quando se sacrificar por pessoas que nem te conhecem, mas que sempre te criticam vale à pena?
            Até quando perder emprego, dinheiro, tempo, amores e vida social valem a pena pela simples causa de transformar o meio que vivo.
            O pior nisso tudo é que sempre quando me vem está pergunta, vem uma resposta que eu não gostaria de ouvir -  a de que não há preço nem sacrifício suficiente que não valha à pena quando se vê o que você idealizou realizado, quando se vê que realmente o lugar que você almejou se tornar melhor realmente se tornou, em ver que as pessoas que eram mesquinhas e desunidas, se uniram para uma causa boa.

             Alguns afirmam que eu sou um sonhador, um otário que aos 17 anos já está cheio de cabelos brancos, um Mané que se estressa, perde noites de sonos por causa dos problemas dos outros, eu prefiro acreditar que sou um visionário, um empreendedor, alguém que mesmo não tendo a maior de todas as desgraças, já passou o suficiente para não querer que as pessoas passem o mesmo que você e não tenham o acesso a informações que você teve por causa disso.
              Seja como for, não desanime, as nossas desgraças nunca são as maiores, mas são as suficientes para não permitir que erros cometidos no passado se repitam e para nos dar força para perceber que sempre passamos por dificuldades, mas temos a certeza de que elas sempre passam mesmo.
              Não sei o que será a minha vida daqui a cinco anos, dez, quinze ou vinte anos, nem quero saber, só sei que a experiência adquirida, os amigos conquistados, os lugares vistos, os tombos e erros cometidos são a maior dádiva de um homem e isso pode fazer com que no final de tudo ele morra feliz, em paz, com sensação de MISSÃO CUMPRIDA ao ver que o pouquinho que ele fez, realmente transformou uma micro-sociedade.

Pedro Andrade

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Evolução precoce - isso é bom?




No jornal A Tribuna de 13 de Outubro de 2008, um jornal que circula no Estado do
Espírito Santo, a Manchete era a seguinte:
''Menina de 12 anos faz sexo dentro de escola''.
E continuava, dizendo que a menina foi ''pega'' fazendo sexo oral com um garoto de 15 anos e os amigos estavam todos tirando fotos e fazendo vídeos nos seus celulares.
A matéria continua mas eu gostaria de falar um pouco baseado neste parágrafo.
Vocês já devem ter ouvido alguma avó ou mãe dizer que no tempo delas, as meninas eram mais meninas e que elas brincavam de boneca até seus 15 ou 16 anos não é mesmo?
Os antropólogos afirmam que nossa geração é a geração mais informada, as crianças são as mais desenvolvidas e as coisas acontecem mais rápidas do que em qualquer outro momento da história, mas isso é bom?
Você ja reparou que criança hoje é só até os 10 anos de idade? que após essa data, os responsáveis permitem que elas cresçam e não acompanhem as fases necessárias para o seu desenvolvimento atropelando dias, horas e momentos?
Tudo isso traz uma consequência, crianças de 12 anos têm acesso as drogas, sabem o que é sexo e almejam faze-lo com aquele garoto popular da escola,  aquele menino da 8ª série presidente do grêmio ou do time de futebol. não vou me prender ao ensino médio por que nessa fase todo mundo tá fazendo tudo o que quer mesmo.
Mas, quando não falamos de sexo e drogas que já esta banalizado, é o apego exacerbado a mídia eletrônica.
Você deve conheçer alguêm ou o amigo de alguêm que é ou tem um filho viciado em internet ou video game.
Aliás os adolescentes de hoje administram muito bem esse vício, até gostam de ser chamados de ''fissurados em net''
O grande problema desse desenvolvimento precoce e desta enxurrada de informações é o de como filtrar tudo isso e levar as informações importantes para aquele dado momento ou aquela fase do seu filho e não permitir que informações 
à qual ele não está preparado para receber chegue até ele.
A internet é ótima, revolucionou o mundo. O Google então com suas ferramentas, Orkut, Maps, Translator, Blogger, é a oitava maravilha do mundo já consolidada.
Mas não saber usar estas informações é permitir que seu arsenal exploda e acaba destruindo a você e a todos em sua volta não é bom.
Não procure viver uma vida que não é sua, não queira largar a chupeta antes da idade, muito menos a mamadeira. Eu mesmo, tomei mamadeira até os 11 anos de idade. Não queira andar de ônibus sozinho antes do tempo, acredite, quando você crescer, vai almejar andar de carro ou pegar carona com seus pais todos os dias.
Não se iluda achando que o primeiro amor é o que vai durar para sempre, nem que ele tem que acontecer o quanto antes.
Não faça planos pro amanhã, afinal eu não consigo prever o que vai acontecer daqui a 1 minuto e ninguém consegue.
Seja feliz com o que você tem, na idade que você está, por que acredite, quando chegar na minha, vai querer voltar aos 
10 anos e brincar de Bet's no gramado do seu condomínio, ou passar os finais de semana brincando de esconde-esconde, fazer o esquema Bethânia naquela brincadeira de polícia e ladrão para nunca ser pego quando se é o ladrão, e voltar pra casa no final de tudo com uma única preocupação, a de tomar banho e dormir.
Faça isso e a sua vida terá muito mais valor, você poderá chegar na terceira idade e passar para seus netos todas as informações valiosas de todas as fases da sua vida e não permitir que eles cometam os erros de nossa sociedade - o de crescer tão rapidamente.
Pedro Luiz Domingos

Dos Barracos de Madeirite, Aos Palacios de Platina



Aqui estamos novamente guiados, pela sede de justiça. Em nome da verdade, em nome das famíliasque ainda clamam por paz ao lembrarem dos entes que se foram em meio a essa guerra sangrenta que sobrevivemos. A favela chora, o morro chora, a periferia chora. Lágrimas que lenço algum consegue secar, a ferida está aberta, não foi estancada, o antídoto é desconhecido por muitos e a cura é um sonho distante pra esse vírus chamado sistema implacável. Clamei ao rei dos céus, por dias menos violentos, mas minhas súplicas ainda não foram suficientes. A onde você está? Com o que você sonha?Carro bom, casa nervosa, jóias, mulheres? Discurso redundante né? Muitas das vezes já disseram que o próprio rap é redundante, mas o que, que não é? Diz pra mim o que de fato é. Quantos moleques na vida do crime, quantas famílias na vida do crime, quantos policiais na vida do crime, quantas autoridades na vida do crime, sem dizer dos políticos que sobrevivem e vivem com a vida do crime! Tive vontade de um dia, parar com tudo isso ó meu, com essa vida loca, mas de que jeito? Se não sou a solução será que sou eu o problema? Ou se não sou o problema, será que está em mim a solução?Complexo, muito complexo! E de complexos em complexos, minha voz atravessa alambrados, ruas, grades, em nome daqueles que acreditam em num amanhã melhor, num amanhã de menos cadáveres, num amanhã de menos violência, num amanhã de mais paz. É chegado o momento da mudança, mudança comportamental, racional, espiritual e porque não lógica. Pega sua vestimenta de guerra e se arma, mas se arma mesmo de coragem, pois o espírito gladiador que ah em você, nesse exato momento aflora pronto pra batalha, em humildes barracos de madeirite, aos ilustres palácios de platina, o tsuname em forma de trilha sonora, ecoará, trazendo a tona o impiedoso esquartejamento do sistema nos calabouços do ódio, é bem por aí realidade cruelJunior Sena (Realidade Cruel)

A sociedade e a sua moral, Dane-se a moral! afinal, o que é certo ou natural?


É engraçado o modo como as regras são impostas no planeta;
Homem com homem, mulher com mulher, rico com rico, pobre com pobre.
Favela, lugar de violência, Morumbi - bairro dos sonhos.
PT socialista, PMDB - reforço no time de quem tá ganhando, nunca no de quem está perdendo ( apesar disso ter um fundo de verdade - 'tá um fundo não, uma poço inteiro.) Mas será que tem que ser realmente assim?
Goiabada não pode misturar com queijo? arroz com macarrão? e o homem, não pode ser feliz? a mulher também não?
O que eu quero dizer com isto tudo é que as coisas não precisam ser erradas só por que as pessoas afirmam que ela é errada, nem certa quando afirmam que são.
Será que não seria mais fácil cada um cuidar da sua vida e deixar o outro cuidar da dele?
O que pareçe é que as pessoas veêm mais facilidade em cuidar da vida dos outros do que de si própria.
Eu gosto muito de uma frase que uma ex-namorada sempre colocava no seu nick:
''Vô cuidar da minha saúde por que da minha vida todo mundo cuida.''
É a realidade, mas precisa ser assim?
As pessoas reclamam demais, fazem de menos.
Você ja reparou como é impressionante como Bush reclama do terrorismo mas invade o iraque, o PSDB reclama do LULA mas fez menos do que 1/3 do que ele fez em 5 anos, como o pobre reclama da sua pobreza mas não estuda, e o rico reclama da pobreza mas não faz abbsolutamente nada além de olhar para o ''seu próprio umbigo''?
Sociedade, desperta! provoque menos, desenvolva mais, fale pouco e faça seu impossível e acima de tudo, cuide da sua vida, como diz o outro que por sinal é muito inteligente:
- É a única chance de preservar os dentes da sua boca!.
E você que tem a sua vida cercada de olheiros, acredite, você não é o único.
As pessoas são fofoqueiras por natureza e adoram difamar e julgar aqueles que tomam atitudes que elas não estão acostumadas a tomar. Afinal, é muito mais seguro se manter na situação confortável conquistada do que fazer grandes apostas no escuro.
O que se esqueçe é que são essas grandes apostas que nos dão vontade de viver e nos fazem sonhar, além disso, são elas que vão fazer você acertar ou errar sem ter medo de voltar atrás ou manter aquela decisão.
Culpe-se menos, escolha mais, não opine sobre o que você desconheçe, mas fale com veêmencia o que tem certeza, seja duro com as palavras, mas só se elas remeterem a si próprio pois o único a te julgar e tomar decisões para você, além de Deus é você mesmo.

Pedro Luiz Domingos