terça-feira, 21 de outubro de 2008

Vida de um algoz...

Sempre dizemos que nossas desgraças são maiores que as dos outros não é mesmo?
O engraçado é que sempre temos argumentos para embasar essa afirmação.

O que dizer de um menino que aos 13 anos descobre que seu pai está com câncer?
Aquele pai super-homem conhece? Que sempre é o mais forte, o mais bonito, lembro-me de como eu o chamava de “O profissional”, por que ele sempre sabia fazer tudo.

             Para piorar, você tinha naquela idade convicções religiosas impostas ao longo de anos dizendo que esta doença era um mal espiritual causado por um espírito maligno que estava na vida do seu pai e que isso te fez enxergá-lo como um ser humano que precisava de uma libertação, não como um pai cujo carinho dado a vida toda precisava ser retribuído agora mais do que nunca, para fazer essa doença se tornar menos dolorosa.
             Você acha que acabou? Pra piorar, neste momento a “família perfeita” de um pai doente tem mais uma surpresa, seu filho decide dar um passo adiante em sua carreira religiosa e se tornar um pastor, logo após ter sido convidado por seu Bispo, numa reunião de obreiros.
             A partir daí, seu espírito forte não o deixa desanimar e o faz passar os 10 meses mais ignómios de sua vida. Esse mesmo espírito forte, sempre foi um espírito que o destacava para ser o melhor em tudo o que fazia, mas, que escondia muito bem todos os seus medos e fraquezas no interior do seu coração. Todos esses 10 meses portanto, foram marcados por demonstrações de glórias e sucessos externos e que alavancavam cada vez mais rápido essa ‘’carreira religiosa’’, mas que por dentro trazia um medo muito grande com a piora do estado de saúde de seu pai e os apelos calorosos de sua mãe para que desistisse da idéia de ser pastor e voltasse para o seio maternal.

             Até hoje me pergunto se a morte de meu pai não teria sido causada pela minha escolha de ter ouvido minha mãe e meu coração que estava numa intensa batalha contra meus desejos e minha ‘’vocação’’.
              Coincidência ou não, depois de eu ter desistido da “obra” naquele começo de 2004, a saúde de meu pai começou a se definhar a cada dia, trazendo o câncer que antes estava na mama (por mais raro que seja homem ter câncer de mama), até o pior de todos os estados cancerígenos, o câncer de pulmão.
              De qualquer forma, a morte de meu pai foi um grande divisor de águas na minha vida, divisor que até hoje me pergunto o porquê de ter ocorrido e se esse era o momento ideal.
            Meu pai morreu sem eu expressar o tamanho do amor que eu sentia por ele, sem saber o quanto eu o admirava e o quanto seu modo de encarar a vida, de nunca desistir, mesmo quando todos dizem que vai dar errado, me ajudou e me ajuda a olhar pra frente e continuar, morreu sem eu ter a chance de pedir desculpas por ter errado em acreditar que Deus iria permitir que o diabo matasse um bom homem ou pior ainda, de acreditar que se ele não quisesse o amor de Jesus e buscá-lo na igreja, não era Eu quem iria dar o meu à ele
             Morreu, sem ver sua filha de 7 anos entrar para o colegial, sem me ver se embrenhar pelas lutas estudantis ou passar nas várias universidades federais.
             Morreu, levando toda ingenuidade que a vida poderia me dar para com a religião,  a política e a própria vida.
             Deixou-me uma profunda descrença, uma sensação de abandono, incapacidade e solidão, nunca antes sentida por mim e que naquele dezembro gelado e triste de sua morte parecia ser os únicos sentimentos existentes em todo o planeta.
             É claro que aquele espírito que guardava os sentimentos no interior do coração e externava força, vitalidade e sucesso, estava lá para todos os que quisessem ver, mas isso não bastava, aqueles sentimentos de frustração logo se externariam e se tornariam indubitavelmente maiores do que essa capa que eu, sem intenção, deixei se formar ao meu redor.
             É nesse contexto que uma segunda fase da minha vida começa a nascer.
            É engraçado como alguém com menos de 20 anos pode ter três grandes marcos na sua vida e que o faz mudar completamente. Curioso também é a demora na primeira fase - acontece quando tinha aproximadamente 14 anos, e o estopim disso: A morte do meu pai,  e a rapidez de como o segundo e o terceiro marco ocorre (aproximadamente um ano de lapso temporal é a distância entre um e o outro).
           É claro que não estou aqui para afirmar que sou o merecedor do “prêmio de maior sofrimento da vida’’, claro que não, estou aqui apenas contando um pouco de mim. (um pouco, não tudo, pois se fosse tudo, daria um livro com dois volumes pelo menos)
           Em todo caso, gostaria de continuar a escrever nesta madrugada do dia 21 de outubro (agora que me dei conta que ainda não acertei o horário de verão no meu notebook, pronto; 2.32h da manhã), e explicar o que me levou a perder ‘’tempo’’ escrevendo o que há anos eu nem se quer abriria a boca para falar.
            Após a morte do meu pai, as coisas em casa começaram a ficar extremamente difíceis.     
            Vindo de uma família abastada, vi nos meus primeiros anos de vida tudo se perder, claro que isso não foi empecilho para que meu pai, junto com minha mãe, se recuperasse e até a sua morte, deixasse nossa vida financeira estabilizada
            Mesmo assim, sua morte foi um grande problema, meu pai era aquele tipo de pessoa que não pensava no amanhã (por que será que acho que herdei isso dele?), muito menos em questões como previdência social, seguro de vida ou ‘’vida organizada’’ em caso de acidentes.
           O que agravava ainda mais era o ‘’rolo’’ com minha tia, desculpa ‘’sociedade’’ numa loja, e a ‘’divisão’’ de apartamentos que até hoje eu não entendo com clareza.
           Tudo isso desembocou após a minha ida à vitória, na expulsão da casa que tinha sido nossa durante uma década, por minha tia, levando entre outras coisas a escolha de mamãe de ir pra Vitória, cerca de um ano depois de eu ter vindo.
           Mas isso é outro assunto, devo focar no principal: a minha ida à Vitória!
          Ah, Vitória, a última vez que estive nesta cidade, capital do Espírito Santo foi em 1997 com sete anos de idade.
         A família da minha mãe em sua maioria do Paraná saiu de lá quando minha mãe estava noiva, e saiu rumo à terra dos Capixabas.

Conclusão: lembrava muito pouco dos meus avôs maternos, tios, tias, etc.
Portanto, logo após essa perda, nada mais natural do que querer conhecer pessoas que eu não conhecia, mas que tinha a certeza de ter um amor incondicional por mim                     ( percebi que essa era outra afirmação errada)

           Por que as coisas não são como nós imaginamos?
          Alguém já se perguntou quanto a escolha de vir pra Vitória me custou?
          Imagino que não, aliás, até pouco tempo atrás nem eu tinha feito as contas.
          No ano de 2006 eu decidi que iria para Vitória no final do ano a qualquer custo.
         
          Até hoje amigos do colégio Rui Barbosa me falam que eu dizia que iria à Vitória nem se fosse de Jegue.

O incrível nisso tudo foi quando eu cheguei.                                                                   

Tinha vindo praticamente fugido dos meus paradigmas e medos de uma terra conhecida, para se aventurar no desconhecido.
         Meus avôs ainda estavam nos Estados Unidos, Minha tia mais nova havia chego há pouco tempo e a mais velha foi quem me abrigou nas férias. Achei tudo tão lindo.
          A cidade cativa as pessoas, é aquele tipo de pequena metrópole que alia qualidade de vida, aconchego e desenvolvimento, além de ser muito bonita.
Resolvi ficar. Começa ai a segunda fase da minha vida.
         No começo de 2007, quando se aproximava a data do meu regresso, me vi num paradoxo enorme, voltar para o que não deu certo, para a cidade que só me trouxe perdas e desilusões ou poder fazer tudo novo, ser quem eu quisesse viver como eu almejasse, numa cidade onde eu não era ninguém, apenas um desconhecido.                          
        A sensação de poder passear no shopping sem ser reconhecido era ótima. E, por tudo isso, tomei a decisão de ficar.                                                                                      
         Para você que está lendo, pode não parecer nada demais, afinal se mudar não é algo tão difícil assim.
Ok! Tenta tomar essa decisão com 15 anos de idade.                                                 
        Mas mesmo assim eu fui em frente. Conversei com minha tia mais nova e ela me ofereceu abrigo. Decide que ficaria aqui o ano de 2007 e em 2008 voltaria para minha terra. Seria uma experiência. (experiência longa, pois já estamos no final de 2008 e não penso em voltar e morar em Campo Grande ou São Paulo Jamais)
            Sério, me arrependi todos os dias que fiquei morando sozinho, por perder privacidade, carinho, atenção, conforto, amor, segurança, amigos e família que eu tinha lá e fiquei sem aqui. O que me dava vontade de continuar era aquele espírito de não desistir nunca que eu já mencionei. Além disso, encontrei na amizade a razão para seguir em frente.
            Achei que nunca poderia ter uma amizade tão forte por pessoas, estava enganado. 
           Os especialistas afirmam que a adolescência é a fase da vida que elas são mais intensas não é mesmo? Pois bem, encontrei nos amigos, aquelas meninas que no primeiro dia de aula me abrigaram e me trouxeram para seu ‘’grupo’’ onde estavam presentes alguns meninos que mais tarde seriam os maiores amigos que alguém poderia ter. É, quando faço uma recapitulação percebo que não teria dado conta sem aquele moleque magrelo de olhos verdes que apesar de suas sandices e loucuras, soube expressar uma amizade e carinho que eu não tinha nos parentes maternos.
           Agradeço até hoje por ter tido uma amizade tão bacana. Foi nessa fase que amadureci rapidamente. Já tinha passado por processos desse tipo antes, afinal, sempre fui responsável por fazer coisas que ninguém jamais conseguiu, além de sempre ter sido independente.

          Mas foi aqui que aprendi a administrar o dinheiro que tinha, a estar sozinho e não poder depender da mãe e do pai, ou de conquistar as coisas a não ser por mérito próprio, sem influências de seus pais. Redescobri também a política. Quando resolvi ficar fui estudar. Na escola me deparei com algo muito estranho, como o ensino era ruim, como as coisas estavam velhas e quebradas, como os alunos eram desmotivados, e como o corpo docente estava desencorajado a dar aulas.
          Eu não podia conviver em um lugar assim, foi aí que mencionaram a idéia de grêmios estudantis. Já tinha ouvido falar, já vi na TV, mas nunca havia feito um. Mesmo assim fui atrás, sabendo que a diretora do colégio não queria ouvir falar de agremiação estudantil, principalmente por que a última, cerca de quatro anos antes, havia aprontado um bocado, tacado fogo na escola e o caralho.
          Mesmo assim, organizamos o processo eleitoral, formamos nossa chapa e ganhamos a eleição com mais de 80% dos votos. Comecei meu processo de amadurecimento político nesse dia, março de 2007.
         Alguns alunos da escola, é verdade, não gostam de mim até hoje, infelizmente não consigo agradar a todos, mas não há um aluno sequer que pode afirmar que nada foi feito, e que nós não revolucionamos aquele espaço, aliás, quem sabe quem sou, pode dizer melhor o que foi feito.
         Seja como for, foi neste ano da minha vida, mais precisamente em Julho, após engolir alguns sapos, se sentir desprezado por seus familiares e cansado de viver de favor (apesar de minha tia ter sido muito generosa em ceder sua casa), que minha mãe quase leu meus pensamentos e disse que em Setembro iria vir pra cá também, para morar.
         Nossa aquilo foi tão bom, me senti realizado, estaria na melhor cidade que já passei (e olha que foram muitas) e com a minha família de verdade, que apesar de ter perdido seu membro principal (meu pai), ainda tinha a minha mãe e irmã que eu amo tanto e que sempre foi muito ligada a mim.
         Mas, como eu disse, as coisas não são tão boas quanto parecem.
Tive a notícia de que viria com ela seu namorado e que eles iriam se casar.
Eu nunca me importei, após a morte de meu pai dela se relacionar, muito pelo ao contrário, acho isso importante na vida de qualquer um. Aliás, eu nem colocava fé nisso, já que minha mãe ameaçou casar outras vezes e essa não seria uma novidade.
       De qualquer forma, aconteceu que entre estes intempestivos sentimentos e acontecimentos da minha vida (Escola, tinha arrumado um estágio, grêmio estudantil, estava entrando no PT), minha mãe apareceu aqui no mês de Setembro que eu me lembro bem, gelado para a época e a cidade, trazendo consigo seu ‘’marido’’. Eu achei legal, afinal a carência que ela sentia pela falta de meu pai e que ela depositava em mim finalmente iria cessar e finalmente nós poderíamos ser uma família.

         Eu nunca vou saber o que aconteceu em Campo Grande após eu ter saído de lá e ficado quase um ano aqui longe dela e da minha irmã, não poderei saber se ela se esqueceu da amizade e o carinho que tínhamos, da intimidade, ou se ela preferiu criar o que tinha comigo com seu novo marido.
         O fato é que essa escolha me deixou mais uma vez sozinho no mundo, desta vez sem aqueles amigos que me apoiaram e me escoraram nos momentos mais difíceis, tinha ouvido algo de minha ‘’-amiga - Irmã’’ que foi como um golpe de morte, renegando tudo o que eu fiz de bom por ela e por todos eles, percebi que a amizade que era forte, não era tão simples e verdadeira da parte deles também. Posso estar errado é verdade, sei que depois disso senti como se não pudesse contar com eles e foi isso que de fato aconteceu.
            Nossas vidas começaram a se distanciar e eu fiquei mais uma vez sozinho, desta vez o fato era curioso, minha mãe já havia chego, mas percebi que não podia contar com ela afinal, seja pelo fato de seu casamento estar em fase de incubação ou pela enorme carência afetiva que ela demonstrou (ter colocando seu marido acima de qualquer coisa), me fez amadurecer mais uma vez incomensuravelmente.
           Dessa vez não podia contar com ninguém, com amigos, com a família, com parentes (as demonstrações de carinho foram quase sempre nulas). Nesse momento da minha vida decidi seguir sozinho, mais isolado do que nunca, foi ai que começa a terceira fase desse rapazinho que agora já tinha seus 16 anos acredito. Fui investir nos meus Estudos, Passei no CEFETES, Investi na política, me tornei referência no movimento secundarista. Quase ao mesmo tempo, decidi que era preciso mudar o grêmio do CEFETES também. A gestão estava lá há dois anos, um ano sem eleição, tinha terminado de destruir a imagem do grêmio face aos estudantes, levando o nível de cooperação entre eles a zero.

             Achei que da mesma forma como houve sucesso no Grêmio Revolução, certamente no CEFETES as coisas não seriam diferentes e nos poderíamos traçar um plano para fazer o movimento estudantil dentro desta instituição, ressuscitar, mudando o pensamento individualista e corporativista da maioria dos estudantes daquele local.
             Lembrei que havia participado do Fórum Social Mundial da Juventude em Florianópolis com algumas pessoas do CEFETES, desconhecia qualquer hierarquia ou funcionamento dessa escola, sabia apenas que o Prof. Jadir Pela era o Diretor Geral e que ele era amigo de um amigo meu.
           Mesmo assim, fui atrás desses alunos e entrei na chapa deles, uma vez que não conhecia mais ninguém e eles já estavam tentando organizar uma chapa para assim formar um grêmio.
           Tive a ilusão de que se não pudéssemos fazer um mundo melhor, era certo que pelo menos iríamos fazer um CEFETES melhor.
            Desdobrei-me, Articulei e pressionei para que a gestão anterior puxasse uma eleição, pressionei para que a comissão eleitoral fosse formada, consegui em parceria com amigos e o grêmio Revolução, materiais para dar corpo a nossa campanha e eu, só fui execrado e criticado pelos integrantes que se demonstravam superiores gramaticalmente, sintaxicamente ou matematicamente.                                                         
Mesmo assim segui levando na esportiva.                             

              Quando ganhamos, comecei a fazer um balanço e perceber que a ajuda no corpo a corpo foi praticamente nula da parte da maioria, estando eu e mais 3 alunos do noturno e uma menina da tarde fazendo todo trabalho.
              Relevei, afinal o líder se sacrifica para que no final as coisas saiam de uma maneira melhor.
             Fomos fazer a festa Junina do CEFETES, aliás, esse é um assunto que fica pra outra hora, o que é preciso saber é que foi uma gestão que iniciou falida e que eu tentei de todas as formas integrar, interagir e fazer com que de alguma forma os pensamentos segregacionistas e mesquinhos não estivessem presentes, uma luta em vão. Por fim, resolvi renunciar para não participar de uma gestão que se mostrou igual à anterior ou até pior e que irá passar um ano de mandato sem ter feito absolutamente nada de engrandecedor para os alunos.
             Esses meus altos e baixos, sempre foram minha vida, por que acreditei em todos os momentos que no dia que se perde, no outro, se ganha em dobro. Mas estou tão ‘’puto’’ com tudo o que aconteceu que fico me perguntando até quando as coisas valem a pena, até quando se sacrificar por pessoas que nem te conhecem, mas que sempre te criticam vale à pena?
            Até quando perder emprego, dinheiro, tempo, amores e vida social valem a pena pela simples causa de transformar o meio que vivo.
            O pior nisso tudo é que sempre quando me vem está pergunta, vem uma resposta que eu não gostaria de ouvir -  a de que não há preço nem sacrifício suficiente que não valha à pena quando se vê o que você idealizou realizado, quando se vê que realmente o lugar que você almejou se tornar melhor realmente se tornou, em ver que as pessoas que eram mesquinhas e desunidas, se uniram para uma causa boa.

             Alguns afirmam que eu sou um sonhador, um otário que aos 17 anos já está cheio de cabelos brancos, um Mané que se estressa, perde noites de sonos por causa dos problemas dos outros, eu prefiro acreditar que sou um visionário, um empreendedor, alguém que mesmo não tendo a maior de todas as desgraças, já passou o suficiente para não querer que as pessoas passem o mesmo que você e não tenham o acesso a informações que você teve por causa disso.
              Seja como for, não desanime, as nossas desgraças nunca são as maiores, mas são as suficientes para não permitir que erros cometidos no passado se repitam e para nos dar força para perceber que sempre passamos por dificuldades, mas temos a certeza de que elas sempre passam mesmo.
              Não sei o que será a minha vida daqui a cinco anos, dez, quinze ou vinte anos, nem quero saber, só sei que a experiência adquirida, os amigos conquistados, os lugares vistos, os tombos e erros cometidos são a maior dádiva de um homem e isso pode fazer com que no final de tudo ele morra feliz, em paz, com sensação de MISSÃO CUMPRIDA ao ver que o pouquinho que ele fez, realmente transformou uma micro-sociedade.

Pedro Andrade

2 comentários:

Nati disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pietra Carolina disse...

Pepe eu te amo muinto e eu gostei de saber que vc me ama tambem