domingo, 5 de setembro de 2010

Você, seu intelecto e sua alma... Nada além.

Começo a perceber que no final só sobram três seres: Você, seu intelecto e sua alma.
Nada mais perpassa para garantir a unidade e a complexidade de uma rede ampla em que se possa abraçar fraternalmente e dizer: Não estou sozinho!

Não pelo contrário, as garantias se dão em torno de um sentimento e provas factuais de cada vez mais você não ver ninguém e não mensurar nada em meio à solidão.
Percebe-se que cada dia é um dia a menos e ao mesmo tempo é outro a mais. Ao se dar conta, caminhamos para a beira da insanidade e da ignómia.

Tudo isso se dá pelo triste desprazer de no final das contas só sobrar você, seu intelecto e sua alma... O resto, no desenrolar epistemológico-filosófico-teológico da coisa é a desmembração destes três “seres”.

Vejam só: Para os adeptos do antropocentrismo - ateus, materialistas e individualistas, no final das contas só você é o responsável pelo seu passado, presente, futuro e morte. Para os intelectuais - agnósticos, neo-iluminista, cartesianos, kantianos, esclarecidos, a transcendência é imanente e perpassa pela sua mente, sendo assim considerado você intimamente ligado com a sua construção divina, ainda que essa não seja uma abstração humana. Já para os passionais, religiosos, aristotélicos, cristãos ou qualquer outro desdobramento em que se liga a pessoa a alma, o homem material no final das contas se mantém preso a sua alma ou vice-versa, que é sua companheira; inicialmente no plano físico e posteriormente no campo espiritual e eterno.

Ao passo que no fim da linha terrena (e durante seu traçado) nada mais somos do que nós mesmos, ou seja, ainda que estejamos rodeados de seres, na verdade estamos sós. Para os anti-individualistas, subjetivistas e cristãos, minha tese será mesquinha e incomodará pois parecerá que estou querendo afastar os homens de sua capacidade natural de se relacionar, quando na verdade o que quero provar é que por mais que o homem se relacione, na verdade isso se dará para alimentar a própria vontade de não estar sozinho, quando na verdade isso é impossível, pelo menos em seu ser imanente.
Para ser diferente, seria necessário que os seres humanos fossem dotados de poderes ou percepções que dessem a cada um a capacidade de se relacionar com o intelecto e/ou a alma do outro, o que até hoje a ciência e as percepções sociais mostraram não ser possível.

É triste para mim, nesta reflexão epistemológica que estou tendo neste feriado, perceber que na verdade, estou sozinho. Passo um mês em que me Abandonaram e jogaram-me ao relento. Mês vazio, insípido, incolor e transudo: pútrido e sofistico. 


Pedro Andrade

3 comentários:

Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula disse...

Oi, eu conheci seu blog pela prof Aline de português...ela leu um texto seu hoje na aula."A importância da Juventude como protagonista na mudança da política Brasileira."
Muito interessante.
Mas eu queria falar sobre esse.
Eu não sei se te passou pela cabeça o fato de você escrever pra outras pessoas, ouvir e conhecer outras pessoas que te ensinaram grande parte do que você escreve aqui.
Bem, ou esse texto é um sinal de esquizofrenia assumida de alguém que escreve para um mundo sem mais ninguém ou não estamos sozinhos e alguém, de algum jeito iria ler. Não existe solidão nem atitude que passe desapercebida.
Por favor não se ofenda é só a minha opinião. rs
Vou seguindo...

Dialeto Urbano' disse...

ola paula, legal ter lido mas desculpe, não entendi sua crítica. Eu quis mostrar que na verdade sua transcendência é imanente a sua pessoa, pelo menos é isso que acredito. E você, o que quis dizer com "Não existe solidão nem atitude que passe desapercebida."?