domingo, 30 de maio de 2010

A união da esquerda

Bom, mais um post de final de semana. Parece que nesses períodos atribulados só me restam os holydays que estou desocupado.
Hoje, quero falar sobre um assunto muito caro para a esquerda no País.

          Quando a então PS, corrente do PT se desmembrou e formou o PSOL, a esquerda brasileira, até então unificada no Partido dos Trabalhadores, se fragmentou e permitiu o que até então inexistia: o confronto entre os dissidentes de um partido e o seu partido original.

          A crise originada por este fator, não só prejudicou o partido original como prejudicou um projeto de País em que os pólos esquerda radical-teórica e a esquerda prática-real, disputavam sobre os rumos do socialismo: um utópico e impossível de se praticar e um real, possível de se implantar.

         Quando o Partido dos trabalhadores perdeu estes intelectuais e militantes, perdeu o confronto entre estas duas esquerdas, assim, perdeu a capacidade de achar um meio termo para a política governamental e para o próprio partido.

          Foi preciso um longo período para se achar no seio petista grupos que reiterassem a necessidade de um embate com o campo majoritário nos rumos da política ditada.

          Ainda hoje, percebemos este problema quando não conseguimos implantar sonhos socialistas necessários em virtude de a esquerda-real e majoritária, perceber que isto ainda não é possível em virtude de nossa elite, que segundo o próprio Darcy Ribeiro, é a mais reacionária do mundo.

         Não que uma seja melhor que a outra. A questão principal é o projeto que cada uma decidiu seguir.

         Uma, resolveu se apegar a teoria e a idéia de país futuro, de socialismo utópico e de realizar reformas superestruturais que não são possíveis na atual conjuntura. A outra, resolveu se ater na realidade e usar os espaços institucionalizados, reacionários e de direita, para brigar por uma política mínima e possível de esquerda, para melhorar a vida das pessoas de fato e para preparar paulatinamente o terreno para a segunda etapa – a do socialismo.

         Na minha concepção? Deveriam estar juntas, disputando pelo meio terno interno e assim saírem fortes para combater nosso maior inimigo: o neoliberalismo, a burguesia de caboclos que gostaria que o Brasil fosse um estado-agregado como ocorre com o Havaí e Porto Rico e essa imprensa golpista que não está nem um pouco preocupada com a verdade nem com o povo, onde todo discurso pragmático nesta área, não passa da arte da retórica usada pelos sofistas e criticada eternamente por Platão.

         Penso que ainda é preciso muito amadurecimento interno, muito senso de realidade, muito avanço do capitalismo nacional. E neste quesito os sindicatos possuem um papel importante na luta pela divisão do bolo entre todos, e o governo também, atuando\ como centralizador na luta pela igualdade material de fato e pela repartição das riquezas nacionais.

        Só assim é possível falar de socialismo. Só revendo as concessões de mídia e rádio, com um conselho de jornalismo, com as reformas extremamente necessárias como a tributária que desonere o trabalhador e tribute o rico com a regulamentação do IGF que nunca saiu de nossa carta magna, existindo um projeto real de desenvolvimento do país onde toda a nação seja chamada para desenvolver junto, com uma educação de qualidade, é que podemos pensar no Brasil socialista que queremos.

       Que viva a utopia e que se une a esquerda para buscar que ela sai do papel!

Pedro Andrade

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CARTA ABERTA AOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

 Segue carta escrita por mim na intenção de fomentarmos uma nova mentalidade dentro da universidade, e para ser distribuída no CONEUFES 2010.

Esta é uma carta aberta à todos os estudantes, militantes ou simpatizantes do Partido dos Trabalhadores que acreditam no socialismo democrático como a única forma de mudar de fato a vida de todos os Brasileiros.
Valemos primeiro do fragmento inicial de um artigo publicado no site da JPT  sob o título - Movimento Fora da Ordem – Quem somos nós? que foi criado baseado no  I Congresso da Juventude do PT (CONJPT), e assim iniciarmos nossa reflexão.

  • “[...] A partir da convocação do I Congresso [de juventude do PT] diversas tendências, grupos regionais, e militantes independentes iniciaram um processo de debate sobre as tarefas da JPT frente ao partido e a juventude brasileira. Desse debate concluímos quatro questões centrais:
  • 1 - O PT não pode manter a contradição de ser o maior partido de esquerda da América Latina e não ter a maior organização de juventude do Brasil.
  • 2 - A permanência de dirigentes na estrutura partidária durante vários anos estagna a visão do PT sobre a sociedade e dificulta um processo de renovação de quadros.
  • 3 – Que a juventude tem necessidades próprias, inclusive organizativas, e por isso a lógica de correntes do PT não precisa ser necessariamente reproduzida na JPT.
  • 4 – Que o PT está se adaptando a institucionalidade e se distanciando dos movimentos sociais e das lutas diárias da juventude.”

Através dessas reflexões a respeito do partido, percebemos que o PT não pode ser um partido adaptado à ordem capitalista, mas sim um agente de transformação da sociedade rumo ao socialismo democrático. É neste quadro que a juventude tem o papel histórico de ser a força motriz nos processos de mudança.
Não obstante, esta discussão também é mister no Movimento Estudantil de nossa Universidade.
O atual modelo de ensino não contempla o aprendizado pessoal como fonte do saber, trata o aluno com mero tecnicismo e o leva a esquecer do aprendizado livre, tornando-o escravo da produção funcional e promovendo o abandono das lutas que outrora foram encampadas por atores juvenis, aumentando ainda mais o abismo hierarquizado entre o mero reprodutor do ensino (professor) e o futuro “homem do mercado”, isto provoca o esquecimento da política.
Entre as bandeiras empreendidas na época da repressão e barbárie militar, destaca-se a da universidade pública eficiente, democrática, de qualidade e para todos e a de uma verdadeira representação estudantil por meio dos Diretórios e Centros acadêmicos, lutas estas que precisamos resgatar. Por isso, não é só o sistema de ensino vigente que precariza o protagonismo dos atores juvenis nos movimentos sociais.
A inversão dos valores está servindo de escada para a ascensão política da minoria, que após a vitória, não se interessa na fiel defesa dos ideais da classe que representa. Essa é uma anomalia que não pode mais continuar.
O Diretório Central dos Estudantes é um espaço de todos os alunos da academia, Nele são representados todos os pensamentos e forças da universidade. Se isso não está ocorrendo ou se estes espaços não estão sendo usados de acordo com sua função inicial, o modo de representação estudantil proporcional não é o problema é, pois, a veia mais democrática e representativa que uma agremiação estudantil pode ter.
Sem o sistema proporcional na direção de uma entidade que abriga mais de 14 mil alunos, estaríamos fadados à ditadura da maioria, tão caro aos ideais democráticos e de liberdade defendidos em nosso País durante décadas de repressão, e uma ditadura da maioria, além de segregar a minoria discordante, se acomoda com mais rapidez já que não precisa mais debater os pontos propostos - decide com base em seu despotismo e arrogância de hegemonia absoluta.
O sistema majoritário de representação não é possível em uma entidade que abriga tantos alunos e correntes de pensamento. Ao considerar este sistema, esquece-se de todos aqueles que votaram na chapa perdedora, e não se constrói um projeto verdadeiramente democrático e de luta entre os estudantes.
É preciso que TODOS se unam pela defesa incondicional do estudante e do seu saber livre e pela universidade pública e sua ampliação com qualidade, sem rixas e questionamentos retóricos que de nada ajudam na construção deste projeto. É preciso começar novamente, com vistas na solução do abandono político de nossa juventude.
Portanto, é preciso o resgate político do aluno abandonado, que é refém de um capitalismo individualista-tecnicista que torna relações sociais em coisa.
É primordial resgatar o universitário desacreditado na intervenção feita pelo DCE em favor dele, que assim está por causa da falta de representação da entidade, em que o poder subiu à cabeça dos dirigentes e escamoteou os ideais de luta, comprometimento e revolução estudantil.
Logo, é necessária a união de todos os pensamentos e forças que visam o bem do aluno e da universidade, e o comprometimento e responsabilidade de todos os que se propuseram em tomar frente na realização desta empreitada.
Assim, reivindicamos:

  • - Uma universidade pública eficiente, de todos e para todos;
  • - Manutenção do sistema proporcional de eleição;
  • - A defesa incessante e incondicional do estudante;
  • - Presença ativa da direção da executiva do DCE na representação e defesa dos ideais dos estudantes e no resgate político do universitário;
  • - Ampliação do Reuni com planejamento e qualidade por parte da reitoria;
  • - Busca pela mudança da concepção tecnicista e mercantilista do ensino e do estudante.

Para completar, gostaríamos de conclamar todos os amigos, companheiros e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e de sua Juventude, para se juntar a nós neste novo debate sobre a universidade que queremos e a melhor forma de executar este projeto.

A oportunidade será quarta-feira, dia 26 de MAIO DE 2010, ás 18.30h no salão rosa do CCJE (CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS) – CAMPUS GOIABEIRAS, onde será feita uma grande plenária da JPT, dos simpatizantes políticos e de todos os que coadunam com estes ideais.


Participe, você faz a história que será lembrada amanhã.

"A revolução acontece através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário."
Che Guevara




Juventude do Partido dos Trabalhadores
Por uma Juventude de masssas, democrática e de lutas.


Ps: Gostaria de agradecer uma amiga de todas as horas que se preocupou em revisar comigo a estrutura desta publicação, num momento que não havia mais ninguém me ajudando a formar o texto final.

Muito Obrigado.                                                                                                                               

sábado, 15 de maio de 2010

Deus - Absoluto e Relativo

Acho que a principal questão não é discutir por que eu existo e a co-participação divina neste aspecto, o que é salutar pensarmos é em que tipo de Deus acreditamos.
Há Deus no sentido strictu e no sentido latu.
O primeiro é A CRENÇA em um Deus uno, alguém que criou todas as outras coisas.
O segundo, é a crença de que tudo o que foi originado, sai do cosmo e volta para o cosmo.
Não há como ser ateu/cristão, e não pensar na vida humana como um ciclo.
       
    Toda a natureza é um ciclo, e com o ser humano não seria diferente.
           
Inúmeros filósofos, entre eles, Aristóteles, Kant e Hegel, pensaram neste Deus metafísico e absoluto (latu sensu), sem negar ou afirmar o primeiro (strictu sensu).
Este, é uma crença pessoal em que nos definimos ser teístas ou panteístas, acreditar num Deus que é todas as coisas e origina todas as coisas, ou projetar um Deus com características humanas, como amar, cuidar, castigar, salvar, etc, para poder nos ajudar nos momentos difíceis e nos assegurar um passo para o outro lado do ciclo, seguro e feliz.
Uma coisa é certa, somos originários de um ponto inicial e tornamo-nos a este ponto, cedo ou tarde.
O que difere e o nome deste ponto: céu, inferno, cosmos, gaia, espaço, terra, etc.
Cabe a cada um, analisar em seu íntimo, o que te faz ficar bem.
 A mais racional, é acreditar nesse Deus como um todo, desprendido de sentimentos e qualificações dado pelos homens, do qual tudo sai e tudo torna. 
 O mais seguro para a mente humana, é acreditar em algo/alguém que está pronto para nos salvar e proteger, ou nos castigar se não andarmos na linha.

Enjoy

Pedro Andrade