domingo, 24 de janeiro de 2010

A moral e seu sentimento, o costume (Eu e meu amigo Nietzsche).

Uma amiga da Psicologia me emprestou um livro do nosso filólogo Friedrich Nietzsche.
Confesso estar feliz pois achei alguém que contempla os mesmos pensamentos que os meus sobre a moral....
O engraçado é que nosso amigo é do século XIX, um pequeno detalhe...

Seja como for, fica claro que a moral, nada mais é do que a obediência aos costumes e isso se dá em todos os âmbitos de nossa vida e sociedade.

O ser humano, é, como disse nosso amigo Locke ( que eu descordo em pequenos aspectos) uma tábula rasa, alguém que ao nascer, não tem opinião formada nem costumes pré-estabelecidos a seguir.

É a sociedade, O HOMEM (é ele quem quero ressaltar) quem ordena através de seus ritos, a este recém nascido os costumes a ser seguidos pelos homens de moral.

É bom sim que o homem tenha freios afinal, somos todos homens de paixões como o próprio Hobbes já assinalava a dois séculos atrás, e estas precisam ser controladas para que possamos viver em sociedade sem invadir e destruir o espaço do outro, o que na maioria das vezes fazemos já que a crueldade, ainda que impensada é uma forma de demonstração de poder e todos, gostamos dele.
Agora, preestabelecer (nova ortografia okay?) obrigações vinculantes aos homens, sob pena de castigo (seja ele por autoridade divina ou humana) e com o preceito do homem "bom" e moralista, aquele correto para a sociedade, é muito ruim.

1. Ruim por que limita o campo de atuação do ser humano e o padroniza no meio de bilhões que hoje existem no planeta;
2. Ruim porque castiga o homem e o tortura quando ele comete algo que para a sociedade em que está inserido é "imoral", martirizando-o.
3. Por fim, é ruim porque nos faz acreditar que o verdadeiro motivo para fazer aquilo que é moral ou seja, para cumprir os ritos da sociedade são os já preestabelecidos pelos costumes da sociedade em que se está inserido. Dessa forma, não usamos nossa racionalidade, o ato de pensar, pois já existem respostas para aquele tema, respostas estabelecidas por seu grupo, seja ele político, religioso, educacional, etc...

Para exemplificar, podemos colocar como exemplo a seguinte máxima cristã e de caráter moral:

"Deves não fazer sexo antes do casamento, se não, estará cometendo pecado e o pecador irá para o inferno"

Dessa forma, (1) quem obedeçe o rito, obedeçe porque ele é cristão e todos os cristãos não podem fazer sexo antes do casamento, (2) se por ventura ele desobedecer, comete pecado e fica se auto-flagelando, se sentindo culpado por ser um imoral trangressor, enganar a igreja que participa e ser um pecador que Deus punirá com o inferno e por fim, (3) não pensa de outra forma nem procura outra explicação do por quê de fazer ou não sexo antes do casamento se não, a de que Deus não quer nem a igreja e isso é pecado, errado e imoral pois já definiram assim,é isso, é o certo.

Dessa forma, não pretendo seguir a moral, não pretendo ser mais um na multidão, ser um cristão, católico, espírita, gay, heterosexual, esquerdista, direitista, pelego, radical ou qualquer outra forma de tachatismo social, eu quero mais é a revolução, a loucura, o que muda, o que transforma.

Não podemos avançar se todos obedecerem essa moral, esses ritos costumeiros de dominação social, de controle de massas, de apreensão de conhecimentos, é preciso o louco, o radical, o gay, o ateu, o agnóstico, a travesti, o esquerdista e o direitista radical...
É preciso alguém que peça 100 coisas para pelo menos 10 serem conquistadas, é preciso quem desmistifique o poder oculto da religião, da enganação pela punição divina, pelo castigo para os imorais...

Só dessa forma, poderemos avançar, poderemos desmestificar e descentralizar o poder das mãos das elites, seja o poder cultural de quem nem faz a cultura, o poder político de quem usa a política para vantagens pessoais, o poder religioso das mãos de quem nem pratica o que prega e sabe que tudo não passa de um concenso para controlar massas, mais precisamente um concílio, o de Nicéia, ou qualquer outro poder que não está sendo usado para o bem-estar das pessoas, de quem precisa só que está preocupado apenas em seguir a moral, em ser mais um, seja por desconhecimento ou por comidade.

Peço, aos que leem, que decidam quem querem ser, um ser bom, "moral" mas mais um na multidão e que nada contribui para o seu entorno a não ser repetir o que todo mundo diz, ou o "imoral", o "rebelde" o "louco", mas que contribui, que torna as coisas diferentes, que pensa e não aceita a opressão e domínio de uma maioria escrota e ignómica?

make your joice...

2 comentários:

fee.~~ disse...

Será que eu sou louca??? =]
Mto satisfeita com o seu texto é bonito ver a sede de mudança com que você encara as coisas...é bem romântico eu diria, digo que é romântico por encarar as coisas com mais pessimismo, talvez... Mas enfim, eu não estou aqui para falar de mim, então adorei os aspectos ressaltados no texto, a moralidade exacerbada leva ao adoecimento da alma.
Beijos meu bem...
Fico feliz que tenha gostado do livro. Fico mais feliz ainda pois melhor que presentes passageiros são aqueles que podem deixar alguma marca, e o conhecimento é uma dessas marcas que vc irá lembrar por um bom tempo.

desco-nexo disse...

Acho que o comentário acima disse tudo em mtu pouco: "A moralidade exacerbada leva ao adoecimento da alma".
Belo texto!
(y)