domingo, 13 de junho de 2010

O esquecimento do Ser.

Para cumprir a rotina de postagens quinzenais, Aqui Vamos lá... (Essa falta de tempo ainda me mata.)

Gostaria de analisar um tema pouco abordado em nossa humanidade - o seu avanço. Em pleno século XXI, caminhamos fortemente no desenvolvimento de novas ciências e tecnologias, mas, não conseguimos avançar com a mesma velocidade quando o assunto é o ser humano.

Seja pelo advento da Revolução Industrial ou pelo avanço do Capitalismo, nossa sociedade tem cada vez mais caminhado para o isolamento. O próprio John Donne no século XIX já se via preocupado com o isolamento da humanidade ao afirmar que nenhum homem é uma ilha isolada.

A globalização não cumpriu sua promessa de integração social, muito menos de fortificação das pessoas, pelo contrário, apesar de ter aumentado exponencialmente as relações econômicas entre países e homens, esta, proliferou fortemente pensamentos como o de que “tempo é dinheiro” do Sr. Benjamin Franklin. Assim, as pessoas na sua busca por dinheiro, se viram intrinsecamente ligadas a sua ascensão pessoal e se tornaram cada vez mais confusas, individuais e isoladas.


A promessa de que dinheiro traz felicidade se mostrou um engodo. Nunca tivemos tantas doenças da "alma" como stress, depressão, solidão, pânico, desolação.
O preço deste progresso calculado em números é a exclusão dos que estão fora da lógica de mercado, o aprisionamento e frustração da alma e a inversão de valores.
O homem, ao se pautar neste sistema "político-econômico-social" baseado na méritocracia e no pagamento de dinheiro pela produção, coloca de lado o único aspecto que o diferencia do animal - a capacidade de raciocinar e se inter-relacionar.

Quando avançamos em nossas relações econômicas onde a lógica final sempre é o lucro, esquecemos de nossa capacidade única de se integrar com os outros de nossa espécie, pois, tornamos o homem mero adquirente de produto. O ser humano deixa de ser causa e se torna fim. Ele já não mais é homem, apenas número. Não mais se integra, formaliza contratos.

O capitalismo é implacável, não quer saber dos aspectos físicos, econômicos e psicológico do homem, quer lucrar. Assim se preciso for, esquecerá da pessoa humana para recuperar seu capital. Vemos todos os dias pessoas que se suicidam por estarem insolventes e devedoras, que assassinam por dinheiro, que marginalizam os que não são de sua classe, que não se preocupam com a humanidade.

Culpa deles? Não. É a lógica do Capital que torna o homem egoísta, mesquinho e preocupado consigo.  O sistema do lucrar para viver pois só assim é possível, leva as pessoas a tomarem atitudes inerentes a sua vontade.O  instinto do homem, sempre tenderá para colocá-lo  primeiro do que o outro no estado de necessidade, no mundo capitalista  é ou lucro e próspero, ou divido e “quebro”.

Essa concepção de lucro e consumo precisa ser mudada se quisermos resolver o principal problema do homem moderno – a inserção dos excluídos e marginalizados, na sociedade, o resgate do ser, e o fim do mercado capitalista que subjetiva o homem e o torna número, mercadoria, factóide.



                                                                                                                                        Pedro Luiz 








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