domingo, 5 de junho de 2011

NOTA DA FRENTE DAS JUVENTUDES EM DEFESA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO ESPÍRITO SANTO CONTRA A VIOLÊNCIA E A REPRESSÃO DO GOVERNO DO ESTADO NO TRATO COM O MOVIMENTO SOCIAL

Nós das Juventudes organizadas nesta frente, viemos repudiar toda e qualquer forma e tentativa de violência da Polícia Militar do Espírito Santo, bem como a criminalização dos Movimentos Sociais que vem ocorrendo sistematicamente pelo Governo do Estado neste ano.

É inimaginável pensar que em pleno gozo dos direitos e liberdades democráticas, o Governo do Estado opte por reprimir manifestações que se organizam de forma pacífica e com o intuito exclusivo de exercer o seu livre direito constitucional de se opor a alta tarifa do transporte público e a sua má qualidade.

Pior ainda é pensar que essa repressão se deu com a Juventude do Espírito Santo e com estudantes que ainda sonham em um dia garantir um Estado mais democrático, plural e livre para se manifestar.

Rechaçamos toda e qualquer forma de repressão. Quanto mais as que são feitas com força e violência no intuito de evitar que manifestações ocorridas pacificamente e de forma organizada aconteçam.

Não aceitamos que o Governo e a Imprensa continue a lidar com a Juventude na base da violência e da polícia, como se fôssemos problemas, baderneiros e irresponsáveis.

Juventude tem organização, têm objetivos, tem responsabilidade e tem compromisso com toda sociedade. Principalmente com aquela parte da população que por conta da obrigação de trabalhar, não possui tempo para se manifestar e se indignar contra o sistema.

Tanto é assim que estamos aqui organizadamente mostrando que desde a primeira manifestação ocorrida em Janeiro, até a última desta sexta-feira, estas Juventudes estiveram participando ativamente do movimento ocorrido nas ruas e na tentativa de negociação com o Governo, esperando que nossas pautas apresentadas previamente e oficialmente, fossem atendidas.

Desta forma, queremos aqui desmistificar a estratégia da grande imprensa, do Governo do Estado e de agentes oportunistas dentro do seio estudantil que tentaram passar para a sociedade capixaba que o movimento contra a má qualidade do transporte público e o abusivo preço da passagem fosse um movimento desorganizado, desordeiro e sem instituições de representação dos estudantes participando do ato.

Nós ignoramos tal tentativa haja vista que esta Frente de Juventude juntamente com todas as instituições co-filiadas, bem como a própria UNE e UBES através de seus militantes, participaram e participam ativamente desde movimento desde a sua concepção.

Nós ignoramos e rechaçamos os ditos “militantes” que vieram a público dizer que a UNE e a UBES não estava participando do ato. Não é possível interpretar posições individuais como sendo posição de organizações que não possuem dono ou interesse pessoais, mas que está sempre a frente dos interesses dos estudantes e da sociedade brasileira.

Não aceitaremos que a política de segurança adotada pelo governo, continue sendo a política da repressão e do medo, que fere os direitos fundamentais e a dignidade humana das pessoas em prol de uma dita “proteção para a sociedade”.

Esse episódio reflete a necessidade de repensarmos a atuação policial no dia a dia. Torturas, perseguições, espancamentos e assassinatos são fatos cometidos cotidianamente pela Polícia Militar no Estado. Vide a repressão em Barra do Riacho, no assassinato no Morro da Floresta ou na violência dos acontecimentos destes últimos dias. Tal tentativa de reviver a Ditadura militar e os anos de chumbo não pode existir dentro de um Estado democrático.

Também condenamos a Rede Gazeta e a Rede Tribuna que prestaram um total desserviço à população capixaba com informações destorcidas, manipuladas e desrespeitosas com mais de 5 mil pessoas  indignadas  e que se manifestaram em defesa de um transporte público de qualidade e do livre direito de se manifestar sem violência e repressão. Isso só mostra a total incapacidade destas empresas em cobrir tais eventos com ética e imparcialidade.

Por fim viemos reafirmar a defesa deste movimento, nossa total participação na construção destas e de qualquer outra manifestação pacífica que envolva a juventude na condenação de toda e qualquer tentativa do Estado em ferir os direitos constitucionais, a livre manifestação e as garantias fundamentais de todos os homens e mulheres. Fatos estes violados sistematicamente nestes últimos dias.


Frente das Juventudes  no Espírito Santo.
Vitória, 04 de junho de 2011

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