sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desafios para o II CONJPT e toda a juventude petista!


Neste ano, entre os dias 12 e 15 de novembro de 2011, a juventude petista convoca o seu maior fórum de organização com o intuito de consolidar e aprofundar sua própria dinâmica e de apontar ao Partido dos Trabalhadores e a toda a sociedade sua unidade e fortalecimento em prol de uma juventude protagonista e dona de seu tempo. Sob o Tema  Uma nova geração para transformar o Brasil, jovens petistas de todo o Brasil começam a se organizar para disputar suas teses neste congresso que promete ser a maior congresso feito pela JPT.

Entretanto, isso não é suficiente para que seja garantido de fato uma mudança geracional e de paradigmas dentro do Partido e da sociedade que disputamos.

A constante busca por nossa emancipação e autonomia, que culminaram no I CONJPT, trazem hoje um novo cenário para nossos militantes, principalmente num momento de consolidação de nossa autonomia e nosso espaço dentro da sociedade: A disputa pela transição geracional dentro do Partido e do Estado Brasileiro, além de uma clara necessidade de um projeto de futuro para a juventude.

Desde sua organização em setorial, a Juventude do PT sempre buscou autonomia para dar respostas a inúmeros paradigmas e posturas dentro do partido de forma qualitativa e contributiva.
Nesta perspectiva, temos um avanço notório e inquestionável na intervenção da juventude no Partido dos Trabalhadores e na sociedade, seja pelo I CONJPT, seja pelo fortalecimento do debate de juventude e de PPJs no Governo federal, seja pelo fortalecimento e acúmulo do que se desejou chamar de Juventude do PT.

Com tudo isso, o II CONJPT deve ter como norte muito claro à nossa organização. Qualquer debate de consolidação de lideranças, formação de chapas e disputas de ideias para o Congresso da Juventude, sem dúvida deve estar pautado para além do discurso tradicional de unidade e autonomia. A juventude do PT provou que sabe levar acabo com tranquilidade e maturidade esse tema. A organização de nosso segundo congresso, tem que trazer esta unidade e autonomia para garantir que consigamos enxergar o partido para além de correntes ou disputas e para além do fortalecimento individual.

É preciso ter a clareza e seriedade na análise de que é preciso se ter uma juventude que é identificada com a luta de seu tempo e age na formulação e construção para garantir que o projeto democrático popular protagonizado pelo PT, tenha oxigenação e avanços constantes. Isso ocorrerá quando a unidade se traduzir num sentimento de grupo que formule e planeja sua intervenção para dentro do PT nos próximos anos.

O modelo de tratar a juventude única e exclusivamente como grupo de mobilização ou de organização e ajuda de campanha eleitoral deve se findar para que consigamos levar a juventude do PT a um patamar em que ela consiga estar inteiramente inserida nas políticas, formulações e ações do Partido dos Trabalhadores e assim trazermos as soluções para os novos paradigmas que o projeto de revolução democrática capitaneado pelo PT necessita nestes tempos tão difíceis.

Análise de Conjuntura

O modelo liberal econômico adotado pelo mundo e pelo Brasil, principalmente nos anos 90, já se demonstra incapaz de responder as novas demandas. Jovens de todo planeta começam a se mobilizar contra as injustiças e a latrocínio econômico que o sistema financeiro global provocou em muitos países. Começam a se mobilizar contra a maneira que o Estado até então subserviente ao mercado, desenvolve sua democracia e organização.

Primavera de março no Oriente Médio, mobilizações de revolta ao consumo em Londres, passeata dos 100 mil no Chile, mobilizações juvenis na Espanha, Grécia, e Finlândia. Todas, mesmo com suas diferenças, apontam para um denominador comum: Há um esgotamento na estrutura do modelo econômico mundial, na democracia representativa e no modo de encarar o Estado.

Brasil

Aqui no Brasil, com a vitória do PT na condução de seu projeto Democrático-popular em 2002, vivemos um momento anti-cíclico na esfera global.

Alargamento da democracia, valorização do indivíduo marginalizado, fortalecimento do consumo, da renda e da educação. Tudo isso somado garantiu ao Brasil estreiar um modelo pós-liberal de demonstração efetiva de protagonismo na resolução dos problemas que a crise mundial dos capitalistas provocaram.

Entretanto este modelo não está findado. Sabemos que o tipo de estratégia adotada para a condução do País por nosso Partido é um modelo pós-liberal. Sabemos também que o caminho certo não é o fortalecimento do neo-liberalismo, do mercado e da intolerância.

Entretanto, não temos claro que rumo tomar num momento em que se inicia um novo modelo de organização do Estado e da sociedade no planeta.

Nossos desafios

É preciso que a Juventude do PT aponte claramente qual é o rumo de Partido e de País que nós queremos disputar.

O próprio modelo de Bem estar social adotado pelos partidos sociais democratas no mundo já sofre um esgotamento em que não se sabe mais até onde vão as reformas e onde começa-se o reformismo.

Desta forma, num momento de grande oportunidade de mudança na maneira de lidar com o modelo econômico e com a organização do Estado, a Juventude do PT precisa estar firme para atuar como protagonista na condução de um modelo Socialista, democrático e de emancipação social para este novo período da história mundial.

O fortalecimento de uma economia global em que o sistema financeiro de crédito internacional, o marketing mundial e a virtualização das manifestações através das redes sociais provocadas pelo avanço do capitalismo e do consumo, trazem desafios para a organização do PT que serão solucionados pela própria geração que vivência estas mudançasNossa Juventude.

Desta forma, não será possível ao Partido dos Trabalhadores ampliar sua hegemonia política e cultural, sem dialogar com a camada que dentre alguns anos deverá se tornar a camada dominante na sociedade. Não é preciso falar que hoje no Brasil temos mais de 50 milhões de jovens que vivenciam e se indagam diante de inúmeros acontecimentos que pelo dinamismo, o PT não consegue trazer respostas e não consegue dialogar para disputar e pautar as ideias deste grupo que hoje está em plena efervescência.

O envelhecimento dos partidos e o engessamento da maneira de fazer política das juventudes políticas organizadas, provocaram o afastamento desta nova juventude antenada nas redes e recém-chegada ao mercado de consumo.

Foi esse envelhecimento e engessamento dos partidos políticos e de suas juventudes que impediu-nos de enxergar que no século XXI a juventude quer cada vez mais um Estado humanizado, que auxilia a sociedade na construção de um mundo em que o mercado não pode regular tudo e que seja mediador da sociedade civil para se alargar os direitos individuais e coletivos até então posto.

Esse movimento é claro quando analisamos as inúmeras marchas que estouraram País a fora e que não tiveram na sua construção o protagonismo das juventudes organizadas.

Dentro deste cenário, é preciso entender que não é essa nova juventude de inúmeras gerações e ideias que está errada. O errado é os partidos políticos e as juventudes partidárias não entenderem que é preciso mudar.

É preciso intervir cada vez mais no Partido, garantindo que estes novos desafios dessa nova agenda que o mundo inicia, sejam capitaneados por nossa atualização ideológica que não perca o socialismo petista de vista mas que consiga valorizar muito mais as massas e sua emancipação do que a vanguarda dogmática.

com a abertura do Partido e de suas instâncias para uma juventude organizada e que tem seu norte na aproximação e disputa desta sociedade de hoje e de amanhã, é que poderemos reverter este quadro. A oxigenação e o alargamento da democracia no PT, protagonizada pela juventude e por suas respostas a estes paradigmas, é que torna possível garantir o partido constante no rumo de um projeto de esquerda socialista, democrático e de massas.

Por tudo isso, o II CONJPT terá sucesso se a juventude e seus protagonistas conseguirem se colocar na formação e formulação de um projeto de inserção da juventude nas instâncias formuladoras e deliberativas do PT, em que a mesma possa garantir a transição de seus quadros e o avanço no debate das ideias e da vontade de lutar que este novo mundo que se inicia tanto pede.

Não há possibilidade para alternativas distintas ao que está posto no cenário mundial e Brasileiro.

Estamos vivendo uma era de ruptura com o velho, o arcaico, o injusto e o não-democrático. Ou atualizamos nossas propostas e discursos e disputamos o PT sob esse novo viés colocado, ou então seremos mais uma das muitas juventudes alienígenas aos movimentos sociais e distantes da intervenção real na sociedade.

Pedro Teixeira




Nenhum comentário: