sábado, 15 de maio de 2010

Deus - Absoluto e Relativo

Acho que a principal questão não é discutir por que eu existo e a co-participação divina neste aspecto, o que é salutar pensarmos é em que tipo de Deus acreditamos.
Há Deus no sentido strictu e no sentido latu.
O primeiro é A CRENÇA em um Deus uno, alguém que criou todas as outras coisas.
O segundo, é a crença de que tudo o que foi originado, sai do cosmo e volta para o cosmo.
Não há como ser ateu/cristão, e não pensar na vida humana como um ciclo.
       
    Toda a natureza é um ciclo, e com o ser humano não seria diferente.
           
Inúmeros filósofos, entre eles, Aristóteles, Kant e Hegel, pensaram neste Deus metafísico e absoluto (latu sensu), sem negar ou afirmar o primeiro (strictu sensu).
Este, é uma crença pessoal em que nos definimos ser teístas ou panteístas, acreditar num Deus que é todas as coisas e origina todas as coisas, ou projetar um Deus com características humanas, como amar, cuidar, castigar, salvar, etc, para poder nos ajudar nos momentos difíceis e nos assegurar um passo para o outro lado do ciclo, seguro e feliz.
Uma coisa é certa, somos originários de um ponto inicial e tornamo-nos a este ponto, cedo ou tarde.
O que difere e o nome deste ponto: céu, inferno, cosmos, gaia, espaço, terra, etc.
Cabe a cada um, analisar em seu íntimo, o que te faz ficar bem.
 A mais racional, é acreditar nesse Deus como um todo, desprendido de sentimentos e qualificações dado pelos homens, do qual tudo sai e tudo torna. 
 O mais seguro para a mente humana, é acreditar em algo/alguém que está pronto para nos salvar e proteger, ou nos castigar se não andarmos na linha.

Enjoy

Pedro Andrade

Um comentário:

C. Colombo disse...

DIVINA COMÉDIA [Antero de Quental]

Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis
Os homens clamam: - "Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante.

Porque e que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inextinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
Num turbilhão cruel e delirante...

Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?

Por que é que para a dor nos evocastes?"
Mas os deuses, com voz inda mais triste,
Dizem: - "Homens! por que é que nos criastes?"