domingo, 21 de dezembro de 2014

Second Life, Facebook e a Pós-modernidade


Existem aqueles que advogam certa tese sobre o rompimento imaterial de nossa Era, no que se refere a noção de tempo e espaço na contemporaneidade. A globalização, o não-reconhecimento enquanto sujeito e classe, a criação do capital imaterial e a especulação financeira, são complexas variáveis que influenciaram a internet para torná-la completamente interligada com a nossa realidade, ao passo de ser ela hoje a grande Pangeia ou Ágora da vida e de nossas saciedades, anseios e desejos.

Nessa sociedade, as redes sociais são portais – chaves de acesso a um mundo virtual mas “real” no cotidiano da comunidade, ao passo de se impor um ordenamento social alternativo ou metajurídico, tendo como premissa a máxima do “Estar bem” a todos.

Anos atrás me apresentaram um jogo chamado Second Life. Não havia internet ultra-rápida, a ADSL era nova no mercado e os computadores não estavam tão robustos. Na inovação da proposta, o mundo era um simulador virtual, um ambiente gráfico em que pessoas desenvolviam avatares que se relacionavam, cresciam, e se encontravam em um mundo global tecnológico, ritual e paralelo.

Nele havia moeda, ordenamento, comportamentos e expectativas distintas, daquelas de nosso ambiente físico, mas alimentadas por esse mesmo espaço do capital material criado por pessoas reais que estavam “jogando”.

Com nossa integração em nossas redes sociais, nos tornamos “jogadores”, atuantes em nuvens digitais, que modalizam e virtualizam o real e transformando ou acentuado opiniões em nossos valores, crenças, ambições e destino de vida.

Surge uma enorme time line
de informações excessivas, nem sempre checadas e confirmadas, e de uma sociedade de multidão, cada vez mais orientada e reagrupada de acordo com grupos, tribos, opiniões, valores, compras, ambições e destino próprias do mundo virtual mas que se inter-relacionam com o mundo real.

A moda se cria, o assunto nasce pela polemica, os extremismos são intolerantes e radicais, e no entanto, as pessoas fisicamente são cada vez mais desprovidas de pertencimento e comunidade, realidade, participação e ocupação coletiva dos espaços públicos.


Cultura do neoliberalismo, acentuação do egoísmo Nilista, democratização da opinião na multidão, busca de identidade e lugar na polis, grandes problemas de nossa pós-modernidade. A que caminha isso tudo? Qual seria a contribuição de nossa geração para a humanidade second life?